Rivadávia Corrêa Meyer
Rivadávia Corrêa Meyer (Uruguaiana (RS) ca. 1902 — Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1966) foi um dirigente esportivo e futebolista brasileiro, que destacou-se por ter trazido a Copa do Mundo de 1950 pra o Brasil, quando foi presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) entre os anos de 1943 e 1955. Também foi, anteriormente, presidente do Botafogo e da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.[1][2][3]
Rivadávia Corrêa Meyer | |
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Nascimento | 1902 Uruguaiana |
Morte | 30 de dezembro de 1966 Rio de Janeiro |
Residência | Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | dirigente desportivo, advogado, futebolista |
Empregador(a) | Botafogo de Futebol e Regatas, Confederação Brasileira de Desportos, Associação Metropolitana de Esportes Athleticos |
Biografia
editarNascido estado do Rio Grande do Sul, ainda quando jovem, em 1910, interessou-se pelo futebol, jogando na posição de zagueiro direito pelo time de sua escola em Santana do Livramento.[3][1]
Rivadávia mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1916 tornou-se jogador de futebol juvenil do clube Botafogo de Futebol e Regatas, agora na posição de meio-campo. Em 1921, foi promovido ao time principal do clube.[3][1]
Uma vez terminada a temporada de futebol de 1921, Rivadávia afastou-se das competições esportivas para dedicar-se a sua formação como advogado. Para esta sua decisão, muito influiu a sua então noiva Silvia Tavares Corrêa Meyer, que se preocupava com as contusões sofridas por ele durante os jogos. Porém, posteriormente, Rivadávia retornaria ao time.[1]
Em 1925, ainda no Botafogo, já afastado das competições, começa a se interessar pelos assuntos internos da instituição; e torna-se diretor do grêmio do clube. Após passar por diferentes cargos, torna-se presidente do clube na década de 1930.[1]
Em 28 de janeiro de 1943 torna-se presidente da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF); deixaria o cargo após 12 anos, em 14 de janeiro de 1955.[3]
Copa do Mundo em 1950
editarTudo teve inicio em 1946, quando Rivadávia Corrêa participou do Congresso Internacional da Fifa em Luxemburgo, que escolheria o país sede da Copa do Mundo que seria realizada quatro anos depois. Com a Europa arrasada em consequência da Segunda Guerra Mundial, inviabilizada para realizar o evento esportivo, o dirigente brasileiro Rivadávia Meyer aproveitou a oportunidade e apresentou o Brasil como opção para que a competição fosse realizada.[2][3]
O evento esportivo da Copa de 1950 ocorreu no Brasil, anfitrião da competição pela primeira vez. Com seis cidades-sede, o campeonato começou a ser disputado no dia 24 de junho e terminou em 16 de julho, tendo partidas realizadas em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Foi vencida pelo Uruguai, vencendo o próprio sediador da edição na final e recebendo o seu segundo título, no estádio do Maracanã, que teve sua construção iniciada por conta da competição.[2][4]
Além da Copa do Mundo, Rivadávia também organizou outras competições internacionais no Brasil. Em 1952, também organizou o mundial interclubes chamado de Copa Rio, de semelhante modo ocorreu a competição internacional do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, em 1953.[3]
Em 2013, o filho de Rivadávia, o advogado Luiz Corrêa Meyer, disse ao SporTV que seu pai lamentava por não ter tido o devido reconhecimento por ter sido o principal responsável por trazer e realizar o evento da Copa do Mundo de 1950 para o Brasil, campeonato este que marcou o futebol brasileiro.[2]
Há uma passagem especial na história do Estádio do Maracanã, com participação do cartola:
Conta-se que o Botafogo jogava uma partida no Maracanã. O locutor oficial do estádio não tinha ido trabalhar no dia e um "quebra-galho" foi chamado. O trabalho dele seria simples, só passar as escalações e, vez por outra, o resultado de alguma outra partida. Isso, até quando chegou a notícia da morte de um cartola do alvinegro, Rivadávia Corrêa Meyer. Ele, então, tomou o microfone e soltou: "Atenção senhores público (sic)! Suderj informa... O senhor Rivadávia Corrêa Meyer acaba de falecer". Um burburinho tomou conta das arquibancadas e, nas tribunas de honra, um homem se mexeu na cadeira e, até, deixou o charuto cair. Era o próprio cartola que não só estava vivo como assistia ao jogo. Ele levantou-se e correu para o sistema de som. Entrou, quase arrombando a porta, e, ao ver um pálido locutor, o fez voltar ao microfone, quase com ameaças de morte. Ao interino e descuidado falador, claro. E então o funcionário retificou sua informação: "Atenção senhores público (sic)! A Suderj informa... O senhor Rivadávia Corrêa Meyer não morreu mais!"
Rivadávia Corrêa Meyer faleceu vitima de infarto, em 1966, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista. Deixou viúva Silvia Tavares Corrêa Meyer e cinco filhos (um outro filho já havia falecido).[1]
- ↑ a b c d e f «Botafogo dá adeus a ex-presidente Rivadávia Corrêa Meyer». jornal Correio da Manhã, disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 31 de dezembro de 1966. 10 páginas. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ a b c d «Dirigente que trouxe Copa de 50 para o Brasil foi esquecido, destaca seu filho.html». SporTV. 27 de novembro de 2013. Consultado em 11 de maio de 2024
- ↑ a b c d e f Túlio Nassif. «Rivadávia Corrêa Meyer». Terceiro Tempo. Consultado em 11 de maio de 2024
- ↑ «Campeonato do Mundo de 1950: Brasil». UEFA. Consultado em 18 de julho de 2014
Ligações externas
editar
Precedido por Luiz Aranha |
Presidente da CBD 1943 – 1955 |
Sucedido por Sylvio Corrêa Pacheco |