Palácio de Blaquerna
O Palácio de Blaquerna (em grego: τὸ ἐν Βλαχέρναις Παλάτιον) foi uma residência imperial bizantina no subúrbio de Blaquerna, situada na parte noroeste de Constantinopla,[1] no que é atualmente o bairro de Balat. O local onde o palácio se erguia está hoje coberto de construções e, dado ter havido qualquer escavação, as únicas descrições são de fontes literárias.
Palácio de Blaquerna τὸ ἐν Βλαχέρναις Παλάτιον | |
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Ruínas do Palácio de Blaquern | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | bizantino |
Geografia | |
País | Império Bizantino (atual Turquia) |
Cidade | Constantinopla (atual Istambul) |
Coordenadas | 41° 02′ 02″ N, 28° 56′ 25″ L |
Geolocalização no mapa: Turquia |
O palácio foi construído na encosta norte da chamada Sétima Colina da cidade cerca de 500. A topografia da colina foi parcialmente alterada, principalmente em períodos posteriores, tendo sido criados uma série de terraços para suportar os vários edifícios que compunham o complexo palaciano.[2] Embora entre o século IV e XI a principal residência imperial tenha sido o Grande Palácio, na zona leste da cidade, abaixo do que é hoje a Praça Sultanahmet, o Palácio de Blaquerna foi usado algumas vezes e é referido nos protocolos cerimoniais Sobre as Cerimônias do século X (capítulos I.27, I.34, II.9 e II.12) do imperador Constantino VII (r. 945–959). Nesse tempo incluía várias estruturas: o pavilhão (triclínio) de Anastácio (em grego: Τρίκλινος Ὰναστασιακὸς), nomeado em honra de Anastácio I Dicoro (r. 491–518), o pavilhão do Oceano (Τρίκλινος Ὠκεανός; Okeanos) o pórtico de José ou Josefíaco (Πόρτικας Ἰωσηφιακὸς) e o pavilhão do Danúbio (Τρίκλινος Δανουβιὸς; Danoubios). O último comunicava com a vizinha Igreja de Santa Maria de Blaquerna através de uma série de escadarias.[1][3]
No final do século XI, o imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) transferiu a sua residência para o palácio e ele e o seu neto Manuel I Comneno (r. 1143–1180) levaram a cabo grandes obras, fortificando o recinto do palácio e erigindo novos edifícios.[3] Manuel é creditado por ter construído uma muralha exterior muito elaborada.[4] e vários edifícios esplendorosos, como o de Irene (batizado em nome da imperatriz Irene da Hungria) e o Polytimos Oikos ("Casa Valiosa"), tendo o complexo passou a ficar conhecido como "Palácio Novo".[5] A única estrutura desse tempo que ainda perdura é a chamada Prisão de Anemas.[6]
Depois da Quarta Cruzada, os imperadores latinos preferiram instalar-se no Palácio de Bucoleão, mas quando a cidade foi reconquistada pelos paleólogos, estes restauraram o complexo de Blaquerna como a sua residência principal.[7] O Palácio dos Porfirogénitos, datado provavelmente do século XIII é geralmente relacionado com o de Blaquerna apesar de se encontrar situado a sul do complexo principal. É o único exemplo relativamente intacto da arquitetura palaciana bizantina de Istambul.[8]
Referências
editar- ↑ a b van Millingen 1899, p. 128.
- ↑ van Millingen 1899, p. 129-130.
- ↑ a b Kazhdan 1991, p. 293.
- ↑ van Millingen 1899, p. 122-123.
- ↑ van Millingen 1899, p. 128-129.
- ↑ van Millingen 1899, p. 131.
- ↑ van Millingen 1899, p. 129.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 2021-2022.
Bibliografia
editar- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Norwich, John Julius (2000). Bisanzio (em italiano). Milão: Mondadori. ISBN 88-04-48185-4
- van Millingen, Alexander (1899). Byzantine Constantinople: The Walls of the City and Adjoining Historical Sites (em inglês). Londres: John Murray Ed.
- Villehardouin, Goffredo de (2008). La conquista di Costantinopoli (em italiano). Milão: Testi e documenti. ISBN 978-88-7710-729-9
Ligações externas
editar- Blachernae Palace (em inglês). Byzantium 1200. Página visitada em 7 de agosto de 2011
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Palace of Blachernae», especificamente desta versão.