Paço Imperial
O Paço Imperial é um edifício histórico localizado na atual Praça XV de Novembro, no centro da cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
Paço Imperial | |
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O Paço Imperial nos dias atuais. | |
Informações gerais | |
Nomes anteriores | Armazém d'El Rey Casa dos Governadores Paço dos Vice-Reis |
Nomes alternativos | Palácio do Rio de Janeiro Paço do Rio de Janeiro |
Estilo dominante | Colonial |
Arquiteto | José Fernandes Pinto Alpoim |
Início da construção | 1738 (286 anos) [1] |
Fim da construção | 1743 (estrutura primitiva)[1] 1817 (primeira ampliação)[2] 1840 (segunda ampliação)[2] |
Proprietário inicial | Coroa do Reino de Portugal |
Função inicial | Sede do governo-geral do Estado do Brasil |
Proprietário atual | União, através do Ministério do Turismo |
Website | http://www.pacoimperial.com.br |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Coordenadas | 22° 54′ 13″ S, 43° 10′ 27″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Construído no século XVIII para residência dos governadores da Capitania do Rio de Janeiro, passou a ser a casa de despachos, sucessivamente, do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal Dom João VI e dos Imperadores do Brasil, sofrendo ampliações no século XIX. Atualmente é um centro cultural. Pela sua importância histórica e estética, o Paço Imperial é considerado o mais importante dos edifícios civis coloniais do Brasil.
História
editarCasa dos Governadores e Vice-Reis
editarA história do edifício começa no ano de 1733, quando o governador Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadela, pede ao rei D. João V licença para edificar uma casa de governo no Rio de Janeiro.[3] Cerca de 1738 começa a construção do edifício, seguindo o projeto do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, no Largo do Carmo (ou da Polé), atual Praça XV de Novembro, no centro da cidade colonial.[1] A nova Casa dos Governadores foi inaugurada em 1743. Aproximadamente na mesma época o Largo sofreu outras intervenções urbanísticas importantes, com a construção das casas de Telles de Menezes do lado oposto ao do Paço (também projetadas por Alpoim) e a inauguração de um chafariz, trazido de Lisboa, no centro do largo.[1]
Alpoim aproveitou os edifícios preexistentes no local, o Armazém Real e a Casa da Moeda, na nova edificação, acrescentando dois pisos novos com janelas com pequenas sacadas e molduras de vergas curvas, na época uma novidade no Brasil. No interior há uma bela portada em pedra de lioz e vários pátios para a circulação, e o acesso aos pisos superiores se dá por uma bela escadaria. Até 1808 a Casa da Moeda e o Real Armazém continuaram a funcionar no térreo.[1]
Em 1763, com a transferência da sede do Vice-Reino do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, a Casa dos Governadores passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei, o Paço dos Vice-Reis.[1]
Paço Real
editarEm 1808, com a chegada ao Rio de Janeiro da família real portuguesa, o edifício é promovido a Paço Real e usado como casa de despachos do Príncipe-Regente (e depois Rei) D. João VI. Nessa época o Paço sofreu obras de adaptação, tendo sido acrescentado um novo andar central à fachada voltada para a Baía da Guanabara.[1] Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também se construiu um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I.[1]
Para a aclamação do rei Dom João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. A mesma Varanda foi utilizada nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889), sendo demolida ainda durante o Segundo Reinado.[1]
Paço Imperial
editarApós a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II.[1] No interior há uma sala, o Pátio dos Arqueiros, que ainda mantém a decoração em estuque original da década de 1840. Neste período a fachada recebeu o acréscimo de uma platibanda em torno do terceiro andar e que ocultava o telhado.[1] Foi no Paço que, a 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I decidiu ficar no Brasil e não voltar a Portugal (Dia do Fico).[1] Também foi numa das salas do Paço que a Princesa Isabel assinou, dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, libertando os escravos.[1]
Decadência e recuperação
editarApós a Proclamação da República, em 1889, as propriedades da Família Imperial e seus bens foram arrestados e leiloados. O Paço foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos.[1] A decoração interna - estuques, pinturas e decoração - foi destruída e dispersa. A platibanda foi retirada para a expansão do terceiro andar, que passou a ocupar toda extensão do prédio.[1] O pátio central foi ocupado e a fachada alterada com a introdução de frontões em estilo neo-colonial. Em 1938 houve o tombamento do prédio e só em 1982 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço à forma que tinha em 1818.[1]
O Paço hoje
editarAtualmente o Paço Imperial é um Centro Cultural onde ocorrem mostras dos mais variados tipos (pintura, fotografia, escultura, cinema, música, etc). O Paço dispõe de uma biblioteca de arte e arquitetura (Biblioteca Paulo Santos) e várias lojas (livraria, disqueria, restaurante).[1]
Galeria
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Revista militar no Largo do Paço, pintura de Leandro Joaquim, por volta de 1790. Coleção do Museu Histórico Nacional.
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Aclamação de Dom João VI.
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Príncipe Regente Dom Pedro recebe a aclamação popular no chamado Dia do Fico.
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Paço Imperial (c. 1840).
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Vista do Paço no dia do casamento da Princesa Imperial Dona Isabel (1864).
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O povo diante do Paço após a sanção da Lei Áurea (1888).
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Paço Imperial ao final do século XIX.
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Pátio interno.
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Vista frontal.
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Vista aérea.
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Rés do chão do Paço.
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Salão de Arqueiros do Paço (modificado após a Proclamação da República).
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Pátio central do Paço.
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Claraboia no interior do Paço.