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Manicoré

município brasileiro no estado do Amazonas

Manicoré é um município brasileiro no interior do estado do Amazonas, Região Norte do país. Pertencente à mesorregião do Sul Amazonense e microrregião do Madeira, sua população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 57 405 habitantes em 2021.[2] Localizado nas margens do Rio Madeira, a cidade possui uma posição estratégica entre Manaus e Porto Velho.

Manicoré
  Município do Brasil  
Vista aérea de Manicoré (2010)
Vista aérea de Manicoré (2010)
Vista aérea de Manicoré (2010)
Símbolos
Bandeira de Manicoré
Bandeira
Brasão de armas de Manicoré
Brasão de armas
Hino
Lema Produzir é evoluir
Gentílico manicoreense
Localização
Localização de Manicoré no Amazonas
Localização de Manicoré no Amazonas
Localização de Manicoré no Amazonas
Manicoré está localizado em: Brasil
Manicoré
Localização de Manicoré no Brasil
Mapa
Mapa de Manicoré
Coordenadas 5° 48′ 32″ S, 61° 18′ 00″ O
País Brasil
Unidade federativa Amazonas
Municípios limítrofes Humaitá, Novo Aripuanã, Borba, Tapauá, Beruri e Machadinho d'Oeste (Rondônia).
Distância até a capital 390 km
História
Fundação 15 de maio de 1878 (146 anos)
Administração
Prefeito(a) Lúcio Flávio do Rosário (PSD, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 48 282,478 km²
População total (estimativa populacional - IBGE/2021[2]) 57 405 hab.
 • Posição AM: 9º
Densidade 1,2 hab./km²
Clima Equatorial (Am)
Altitude 32 m
Fuso horário Hora do Amazonas (UTC-4)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [3]) 0,582 baixo
PIB (IBGE/2013[4]) R$ 403 038 mil
PIB per capita (IBGE/2013[4]) R$ 7 851,75
Sítio manicore.am.gov.br (Prefeitura)
manicore.am.leg.br (Câmara)

Etimologia

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A origem da denominação de "Manicoré" provém do rio Manicoré, um dos afluentes do Rio Madeira. Já o rio Manicoré origina-se da palavra Anicoré, uma das tribos indígenas que habitavam a região à época da colonização.[5]

História

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As origens de Manicoré remontam a 1637, com a expedição de Pedro Teixeira, um explorador e militar português.[5]

As autoridades do Grão-Pará enviaram ao rio Madeira uma escolta, em 1716, comandada por João de Barros e Guerra, experiente capitão, com a finalidade de punir os nativos. Em 1797, funda-se povoação do Crato, sob ordens do Governador do Grão-Pará, tendo em vista facilitar as transações comerciais entre Pará, Mato Grosso e Goiás. A povoação é transferida para um sítio entre os rios Baetas e Arraias, em 1802.[5]

Em 4 de julho de 1858, através da Lei nº. 96, cria-se a freguesia de São João Batista do Crato. Dez anos depois, em 6 de julho de 1868, a sede de freguesia é transferida para o povoado de Manicoré, Por força da Lei nº. 177, passando a denominar-se Nossa Senhora das Dores de Manicoré. Somente em 4 de julho de 1877 Manicoré é elevado à categoria de Vila e é criado o Termo Judiciário, pela Lei nº. 362.[5]

No ano seguinte, em 1878, é sancionada a Lei nº. 386, que faz de Manicoré a sede da Comarca do Rio Madeira. Em 12 de dezembro de 1881, dá-se a instalação da comarca. A partir de então, Manicoré passou a receber intensa migração de nordestinos, fugidos principalmente da Grande Seca de 1877-1878 e atraídos também pelo Ciclo da Borracha, que teve lugar no Amazonas e em regiões do estado do Acre. Por sua localização geográfica privilegiada, Manicoré era passagem dos migrantes que se destinavam ao Acre. Recebeu foros de cidade em 15 de maio de 1896, pela Lei nº. 137.[5]

História recente

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A Lei estadual nº. 96, de 19 de dezembro de 1955, desmembrou parte do território de Manicoré para formar o município de Novo Aripuanã. Em 10 de dezembro de 1981, através da Emenda Constitucional nº 12, outra parte de seu território é desmembrado, para criar o então município de Auxiliadora que, entretanto, nunca foi instalado, e seu antigo território foi englobado novamente pelo município de manicoré.

Geografia

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Sua população estimada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 54 907 habitantes. Localiza-se a 333 km da capital do estado à margem direita do rio Madeira, sua população está dividida entre a zona rural a e cidade.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1967 a 1990 e a partir de 1993, a menor temperatura registrada em Manicoré foi de 9,4 °C, ocorrida em 17 de maio de 1968,[6] e a maior atingiu 39,8 °C em três ocasiões, sendo a primeira em 11 de novembro de 1983 e as outras duas em 1989, nos dias 14 de agosto e 14 de setembro.[7] O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 168 milímetros (mm) em 11 de novembro de 1968.[8] Fevereiro de 1989, com 814,2 mm, foi o mês de maior precipitação.[9]

Dados climatológicos para Manicoré
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 36,8 37 37,8 36,6 37 36,8 36,9 39,8 39,8 38,9 39,8 37,3 39,8
Temperatura máxima média (°C) 32 31,8 32,1 32,2 32 32,5 33,3 34,2 34 33,6 33,1 32,3 32,8
Temperatura média compensada (°C) 26,3 26,3 26,5 26,6 26,5 26,4 26,7 27 27,2 27,2 27 26,6 26,7
Temperatura mínima média (°C) 22,8 22,9 22,9 22,9 22,8 22,1 21,8 22,1 22,7 23 23,1 23 22,7
Temperatura mínima recorde (°C) 13,4 13,6 14 13,6 9,4 11 11,5 12 13,8 13 14,2 14 9,4
Precipitação (mm) 319,7 347,9 327,3 315,9 210,3 101 48,6 60,5 104,9 199,6 220,5 266,7 2 522,9
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 20 19 20 19 17 10 6 6 9 13 14 18 171
Umidade relativa compensada (%) 87,9 87,8 87,8 87,7 87,6 85,2 81,7 81,4 81,9 83,3 84,9 87 85,4
Insolação (h) 106,9 87,5 93,5 110,9 135,8 182,4 232,8 186,6 156,5 143,5 134,4 112,3 1 683,1
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[10]
recordes de temperatura: 12/06/1967 a 31/12/1990 e a partir de 01/01/1993)[6][7]

Esporte

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O esporte mais praticado em Manicoré é o futebol, a cidade tem uma equipe chamada CDC Manicoré Esporte Clube, que joga no Estádio Flávia Braudt de Oliveira mais conhecido como Bacurauzão.

Economia

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A principal fonte de renda da população provém em parte da produção agrícola, principalmente do cultivo da banana, melancia e da produção de farinha, outras fontes são provenientes do comércio e dos empregos gerados pela prefeitura e estado. O município possui um grande potencial extrativista baseado na borracha e na castanha.

Em 2005, Manicoré é o município maior produtor de banana do Amazonas. Agora também é considerado o maior produtor de Melancia do Estado do Amazonas. [carece de fontes?]

Setor primário
  • Agricultura: grande participação na formação do setor. Representa a base da economia, sendo as principais culturas: abacaxi, arroz, batata-doce, feijão, fumo, juta, mandioca e milho. Entre as permanentes destacam-se: abacate, banana, cacau, laranja, limão, tangerina, e melancia. Manicoré é considerada o maior produtor do Norte do Brasil. Destacam-se também a produção de mel, tucumã, citrus e hortaliças em geral.
  • Pecuária: concorre notadamente com a criação de bovinos, suínos, caprinos, bubalinos e eqüinos.
  • Pesca: Manicoré conta hoje com uma frota de barcos pesqueiros de porte médio e pescadores autônomos que abastecem a cidade. O excedente é comercializado nas capitais de Manaus e Porto Velho e o peixe de couro exportado para todo Brasil.
  • Avicultura: é desenvolvida no que se refere à criação de galinhas.
  • Extrativismo Vegetal: os principais produtos são: madeiras em toras, borrachas, castanhas, gomas não elásticas e óleo de copaíba.
  • Extrativismo Mineral: o município de Manicoré tem na exploração de ouro e sua principal atividade, várias jazidas de casiterita, no Igarapé Preto, São Francisco e etc.
Setor secundário
  • Indústrias: padarias, olarias, serrarias, carpintarias, marcenarias, fábrica de gelo, serralharia, britadora e uma companhia de asfalto.
Setor terciário
  • Comércio: varejista.
  • Serviços: farmácia, restaurantes,lan house, lanchonetes, sorveterias, salões de beleza, livrarias, barbearias, oficinas mecânicas, oficinas de autos, oficinas de bicicletas, casas de vendas de peças de bicicletas, casa de materiais de construção, agência bancária, hotéis e pensões.

Turismo

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A cidade possui vários atrativos turísticos, entre eles o balneário do Atininga distante aproximadamente 10km da cidade, localizado as margens do rio atininga. Outro Balneário que se destaca pela sua beleza, conforto e Segurança é o Balneário do Ademir distante 8km da cidade,localizado na estrada do Inajá em uma propriedade particular, o Balneário oferece diversos serviços para os visitantes (Vale a pena conhecer) e as cachoeiras do Rio Manicoré. É conhecida internacionalmente pela pesca esportiva do Tucunaré (peixe amazônico). E a partir de 6 de abril de 2015, passa a ter voos regulares as segundas e quintas-feira através da empresa aérea MAP Linhas Aéreas (www.voemap.com.br)[11]

Cultura

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Ginásio Pedro Aguirre, em 2010.

Como atividades culturais, destacamos a Festa da Melancia,os forrós de rua, que transformam as vias de cidade em verdadeiros celeiros dançantes e o Festival das quadrilhas,onde cada bairro envia seu grupo, dando assim um colorido especial ao evento. Festa do açaí realizada na comunidade do estirão, Rio Manicoré onde o presidente atual é o senhor Hairton Prado Correa.

Comunicações

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Telefonia

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Manicoré é servido pelo sistema de telefonia fixa através da operadora Oi. Na área rural e em alguns distritos existem centrais telefônicas, e em dezenas de comunidades rurais existe o sistema público com um terminal telefônico.

No sistema móvel (celular), Manicoré é servido pelas operadoras TIM, Vivo e Claro.

Internet

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O sistema de internet do município é fornecido através da Oi.

Filhos ilustres

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  • José Lindoso (ex-governador),
  • Hamilton Cidade (médico e ex-deputado)
  • José Cidade de Oliveira (advogado, jornalista e ex-deputado)
  • Roger Arthur da Cunha Alves (médico cirurgião)

Aeroporto

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O Aeroporto Gnamy em Manicoré.

A cidade conta com um aeroporto servido pela companhia MAP com voos regulares para Manaus, além de serviço de táxi aéreo.

Referências
  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (27 de agosto de 2021). «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021». Consultado em 28 de agosto de 2021 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 9 de setembro de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2010-2013». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 19 de dezembro de 2015 
  5. a b c d e «História da cidade - Manicoré (AM)». Biblioteca virtual do Amazonas. Consultado em 22 de junho de 2012. Arquivado do original em 23 de setembro de 2015 
  6. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Manicoré». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 20 de junho de 2018 
  7. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Manicoré». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 20 de junho de 2018 
  8. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Manicoré». Consultado em 8 de maio de 2018 
  9. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Manicoré». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 8 de maio de 2018 
  10. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 20 de junho de 2018 
  11. «MAP Linhas Aéreas»