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Mário Pinto de Andrade

Mário Coelho Pinto de Andrade (Golungo Alto, 21 de agosto de 1928 - Londres, 26 de agosto de 1990) foi um filólogo, sociólogo, ensaísta, militar, teórico e ideólogo anticolonial angolano, que foi um dos membros-fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Mário Pinto de Andrade
Mário Pinto de Andrade
Mário de Andrade, poeta e político angolano, 2018
Nome completo Mário Coelho Pinto de Andrade
Nascimento 21 de agosto de 1928
Golungo Alto, Angola
Morte 26 de agosto de 1990 (62 anos)
Londres, Inglaterra
Nacionalidade Angola Angolano
Cônjuge Sarah Maldoror
Ocupação Escritor e político
Magnum opus Antologia temática de poesia africana

Mantinha o pseudónimo lietrário de Buanga Felé,[1] e é considerado o patrono da sociologia angolana.[2]

Biografia

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Nasceu em Golungo Alto no dia 21 de agosto de 1928. É filho de José Cristino Pinto de Andrade e de Ana Rodrigues Coelho. Sua família era de funcionários públicos e da pequena burguesia urbana angolana.[3]

Em 1930 foi para Luanda, onde fez os estudos primários no Seminário de Luanda e concluiu, em 1948, os estudos secundários no Colégio das Beiras. Chegou a trabalhar, por um curto período em Luanda, como professor de latim e português.[3] Durante o período de estudos em Luanda inseriu-se, rapidamente, nos grupos nacionalistas da Liga Nacional Africana, conhecendo a Gervásio Viana, Manuel Bento Ribeiro, André "Mongone" Mingas e Ilídio Machado, vindo a conhecer Viriato da Cruz, que se tornaria um grande amigo.[3]

Partiu para Lisboa, em 1948, para estudar filologia clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Juntamente com outros estudantes e intelectuais de países africanos lusófonos, como Agostinho Neto,[3] Lúcio Lara,[3] Amílcar Cabral e Francisco José Tenreiro, criou o Centro de Estudos Africanos, em 1951, com o objectivo de reflectir sobre problemáticas importantes de África.[3]

Em 1954 partiu para o exílio em Paris, onde conheceu outros círculos africanos, relacionando-se com Léopold Senghor, Nelson Mandela, entre outros. Foi chefe de redacção, entre 1951 e 1958, da conceituada revista Présence Africaine e, em 1956, participou no 1º Congresso de Escritores e Artistas Negros, tendo, três anos mais tarde, tomado parte no 2º Congresso, em Roma.

Na década de 1950, tornou-se activista político e exerceu o cargo de presidente do MPLA entre 1959 e 1960. Entre 1960 e 1962 alterna com Agostinho Neto e Viriato da Cruz no comando do partido.

Dedicou-se, no entanto, ao estudo de sociologia e à actividade de diversas publicações antológicas e de obras literárias. Assim, publicou Antologia da Poesia Negra de Expressão Portuguesa (1958), La Poésie Africaine d'Expression Portugaise (1969), Amilcar Cabral: Essai de Biographie Politique (1980), As origens do Nacionalismo Africano (1997), entre muitos outros.

Por ser considerado um dos mais importantes ensaístas angolanos do século XX e tendo sido o primeiro africano de língua portuguesa a elaborar textos críticos e estético-doutrinários sobre a poesia africana lusófona, o Ministério da Cultura de Angola decidiu criar o Prémio de Ensaio Literário Mário Pinto de Andrade.

Rompeu com o MPLA, juntamente com outros grandes militantes como Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Ferreira Viana, durante a "Revolta Activa". Depois do rompimento nunca mais retornou aos quadros do partido.[4]

Em 26 de agosto de 1990, Mário de Andrade faleceu em Londres.[5]

Referências
  1. Luís Kandjimbo (21 de setembro de 2023). «Essencialismos contemporâneos da biblioteca colonial». Filosofia Pop 
  2. Víctor Kajibanga (9 de dezembro de 2004). «Crise da racionalidade lusotropicalista e do paradigma da 'crioulidade': o caso da antroposociologia de Angola». São Paulo: USP. África: Revista do Centro de Estudos Africanos (22-23): 141-156 
  3. a b c d e f Ana Carolina Melos de Sousa (7 de dezembro de 2016). O Movimento Popular Pela Libertação de Angola (MPLA) : de elite revolucionária a elite dirigente (PDF). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 43-45 
  4. Patrício Batsîkama (Dezembro de 2014). «O testamento que validou José Eduardo dos Santos na presidência de Angola em 1979». Sankofa: FCS/Universidade Agostinho Neto. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana (14) 
  5. Infopédia (2003–2010). «Mário Pinto de Andrade». Porto Editora. Consultado em 24 de junho de 2010 

Bibliografia

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  • AMARAL, Ilídio do. Em torno dos nacionalismos africanos. Memórias e reflexões em homenagem a Mário Pinto de Andrade (1928-1990. Lisboa: Granito, 2001
  • ANDRADE, Mário Pinto de. Liberté pour l'Angola. Paris: Maspéro, 1962
  • ANDRADE, Mário Pinto de; OLIVIER, Marc. La Guerre en Angola: Étude Socio-Économique. Paris: François Maspero, 1971.
  • ANDRADE, Mário Pinto de. Origens do nacionalismo angolano. Lisboa: D. Quixote, 1997

Ligações externas

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