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Joelho de Porco

Grupo brasileiro de rock
 Nota: Para o prato típico alemão, veja Eisbein.

Joelho de Porco foi uma banda brasileira de rock formada em 1972 em São Paulo. Famosa por seu ecletismo musical e poético, foi "amadrinhada" pela cantora Aracy de Almeida e precursora da atitude punk no Brasil, sendo uma das bandas mais importantes do rock brasileiro na década de 1970.[1]

Joelho de Porco
Joelho de Porco
Tico Terpins e Janete Guper
Informações gerais
Origem São Paulo, SP
País Brasil
Gênero(s) Rock and roll, punk rock, rock psicodélico, hard rock, rock cômico, protopunk, rock progressivo
Período em atividade 1972 - 1977, 1983 - 1998, 2008 - 2012
Gravadora(s) Som Livre, Beverly, Movieplay
Afiliação(ões) Os Trapalhões

Domingão Do Faustão

Ex-integrantes Billy Bond

Próspero Albanesse
Tico Terpins
Zé Rodrix
Guilherme Arantes
Fabio Gasparini
Gerson Tatini
David Drew Zingg
Dudy Guper
Sérgio Sá
Flavio Pimenta
Walter Baillot
Ayres Braga
André Geraissati
Albino Infantozzi
Pedro Infantozzi
João Paulo de Almeida
Conrado Ruiz

História

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Antecedentes e formação

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Em 1965 é formado em São Paulo o grupo The Skeletons, que posteriormente se tornaria Os Abrasivos. Com um repertório de rock instrumental, contava com Fábio Gasparini e Eduardo Zocchi nas guitarras e Próspero Albanese na bateria, inicialmente sem baixista. Mais tarde, o baixista Gerson Tatini, futuro integrante do Moto Perpétuo, banda que revelou Guilherme Arantes, se integra ao grupo.[2]

Ainda na década de 1960, é formado o grupo Mona, com Próspero Albanese, Fábio Gasparini e Gerson Tatini entre seus vários integrantes. Passaram pelo Mona o guitarrista André Geraissati, os irmãos Albino e Pedro Infantozzi, João Paulo de Almeida e Conrado Ruiz.[3][2]

Em 1966, João Paulo de Almeida convida alguns de seus ex-companheiros de Mona para uma apresentação em um Festival do tradicional colégio Rio Branco, defendendo uma composição de sua autoria. O grupo que se apresentou consistia de João Paulo de Almeida (teclado e vocais), Fabio Gasparini (guitarra), Gerson Tatini (baixo), Prospero Albanese (bateria) e Celso (sanfona muda). O nome "Joelho de Porco" foi sugerido por Fabio Gasparini para esta apresentação, a partir de uma piada do músico, que tinha comido um "Eisbein" (joelho de porco) em um restaurante de culinária alemã e sugeriu, em tom de deboche, que o grupo adotasse o nome, o que acabou sendo aceito pelos outros integrantes.[2]

A banda Joelho de Porco, no entanto, em seu repertório e integrantes mais conhecidos pelo público, surgiu em maio de 1972, quando tocaram no TUCA e era formado por Tico Terpins (violão, voz e guitarra base; ex-integrante de Os Baobás), Próspero Albanese (bateria e vocais), Gerson Tatini (baixista que tocou guitarra por alguns meses em 1972), Rodolfo Ayres Braga (baixo e vocais; ex-integrante de Terreno Baldio e The Jet Blacks), Walter Baillot (guitarra solo; ex-integrante de Provos e Século XX, substituiu Gerson Tatini após convite de Rodolfo Ayres Braga), Conrado Ruiz (guitarra, piano e vocais; ex-Mona) e Flavio Pimenta (bateria e percussão).[2]

Primeiro compacto e São Paulo 1554/Hoje

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Com esta formação, em 1973, gravaram o compacto simples Se Você Vai de Xaxado, Eu Vou de Rock And Roll/Fly America, produzido pelo ex-Mutantes Arnaldo Baptista, que também participa como músico tocando minimoog.[4]

Três anos depois, o Joelho lançou seu primeiro LP, São Paulo 1554/Hoje; um dos mais elogiados discos do pop da época, misturando rock pesado e referências tropicalistas em faixas como "Boeing 723897" e "Mardito Fiapo de Manga". Participaram Próspero Albanese (voz), Tico Terpins (baixo e vocais), Walter Baillot (guitarras e vocais), Flavio Pimenta (bateria), Sérgio Sá (arranjos, pianos e órgão) e Dudy Guper (percussão). Sem grandes recursos financeiros, os integrantes alugaram o horário noturno do estúdio Vice-Versa em São Paulo, que pertencia ao maestro Rogério Duprat, uma vez que à noite era mais barato.[5]

Entra Billy Bond e disco homônimo

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Em 1976, Albanese abandona a banda após a gravação do LP para se dedicar ao estudo de Direito e em seu lugar, entrou o vocalista (e, em seguida, ator) Ricardo Petraglia, que participou de alguns shows.[5] Logo após, entra o cantor ítalo-argentino Billy Bond, que havia sido líder do grupo de hard rock Billy Bond y La Pesada del Rock and Roll e vinha de uma carreira de produtor de artistas como Sui Generis, Pappo's Blues e do brasileiro Ney Matogrosso.[6] Com Billy, a banda partiria para uma linha mais agressiva, próxima do punk rock que explodia naquela mesma época na Inglaterra. Nesta fase, começa o desmanche da formação original da banda, com a saída dos músicos Conrado Assis Ruiz, Rodolfo Ayres Braga e Walter Baillot.

Em 1978, o Joelho lançou LP homônimo pela Som Livre.[6] Mesmo com alguma divulgação pela Rede Globo[6], pouco tempo depois o grupo encerrou suas atividades. Tico Terpins partiu para o mercado dos jingles publicitários, montando o estúdio Audio Patrulha.

Retorno nos anos 80

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Em 1983, Terpins – juntamente com Próspero Albanese e o cantor e compositor Zé Rodrix (ex-Sá, Rodrix e Guarabyra) – remontaram o Joelho, que voltou com o LP duplo Saqueando a Cidade, cujos sucessos são: "Vigilante Rodoviário", "Vai Fundo" e "Funiculi, Funiculá" (versão roqueira da tradicional canção italiana).[1]

Com a participação do vocalista e fotógrafo David Drew Zingg, que se tornaria conhecido na década de 1990 pela coluna que escrevia em inglês e que era publicada na Folha de S.Paulo, sob tradução de Clara Allain, a banda participou do Festival dos Festivais da TV Globo, em 1985 com a canção "A Última Voz do Brasil", se classificando para as finais e tendo ganhado o prêmio de melhor letra do festival.[1]

Em 1988, o Joelho de Porco lançou o LP 18 Anos Sem Sucesso, com repertório do pop americano pré-rock.[1]

Fim das atividades do grupo

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O grupo mantem-se semi-ativo até 1998, quando Tico Terpins morreu em ocorrência de um infarto.[1]

Em 2000, David Drew faleceu devido à falência múltipla de órgãos.

Em 22 de maio de 2009 cantor e compositor Zé Rodrix morreu em São Paulo, aos 61 anos de idade.[7]

Discografia

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Álbuns de estúdio

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Compactos

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  • Se Você Vai de Xaxado, Eu Vou de Rock'n'Roll/Fly America (1973)
  • La lampara de Edison/Ruiseñor brasilero/Mexico lindo/Boeing 723897 (1977)
  • Outra Volta/O Rapé (1978)
  • O Rapé/Feijão Com Arroz (1978)
  • Supermen/Otravolta (1979)

Outras gravações

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  • A Última Voz do Brasil, faixa do LP Festival dos Festivais (1985)
  • Подарок (O Presente), faixa do LP Бразилия - Страна Всех Красок (Brasil - País de Todas as Cores) - CBS (num. catálogo 620116) (1986)

Aparições notáveis na Televisão

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Referências
  1. a b c d e «Joelho de Porco - Dados artísticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2020 
  2. a b c d «História - Próspero Albanese». bandajoelhodeporco.com.br. Consultado em 26 de abril de 2020 
  3. Maior, Leandro Souto; Schott, Ricardo (2014). HERÓIS DA GUITARRA BRASILEIRA: Literatura musical. [S.l.]: Irmãos Vitale. ISBN 9788574074283 
  4. «Joelho De Porco ‎– Se Você Vai de Xaxado, Eu Vou de Rock And Roll». Discogs. Consultado em 26 de abril de 2020 
  5. a b Leonardo Rodrigues (28 de outubro de 2017). «Joelho de Porco, a melhor banda que "ninguém" ouviu, vira documentário». Uol Música. Consultado em 26 de abril de 2020 
  6. a b c d Filipe Albuquerque (17 de março de 2018). «40 anos da loucura do Joelho de Porco com Os Trapalhões». Terra. Consultado em 12 de abril de 2020 
  7. «Morre o músico Zé Rodrix, aos 61 anos, em São Paulo». Folha Online. 22 de fevereiro de 2019. Consultado em 26 de abril de 2020 

Ver também

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