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Jezebel

filme de 1938 dirigido por William Wyler
 Nota: Não confundir com Jezabel (personagem bíblica).

Jezebel (bra: Jezebel; prt: Jezebel, a Insubmissa)[3][4][5][6][7] é um filme estadunidense de 1938, do gênero drama romântico-histórico, dirigido por William Wyler, estrelado por Bette Davis, e coestrelado por Henry Fonda e George Brent. O roteiro de Clements Ripley, Abem Finkel, John Huston, Louis F. Edelman e Robert Buckner foi baseado na peça teatral homônima de 1933, de Owen Davis.[1]

Jezebel
Jezebel
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Jezebel
Em Portugal Jezebel, a Insubmissa
 Estados Unidos
1938 •  p&b •  103 min 
Gênero drama romântico-histórico
Direção William Wyler
Produção Hal B. Wallis
William Wyler
Henry Blanke
Roteiro Clements Ripley
Abem Finkel
John Huston
Louis F. Edelman
Robert Buckner[1]
Baseado em Jezebel
peça teatral de 1933
de Owen Davis
Elenco Bette Davis
Música Leo F. Forbstein
Max Steiner
Cinematografia Ernest Haller
Figurino Orry-Kelly
Edição Warren Low
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 26 de março de 1938 (1938-03-26) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 1,06 milhão[2]

O filme é ambientado na cidade de Nova Orleans no século XIX, quando a região era dominada pela aristocracia rural sulista algodoeira, e assolada por surtos de febre amarela.[8]

O título faz referência a Jezabel, rainha bíblica de Israel.[9] Este foi o sétimo dos onze filmes que Davis e Brent coestrelaram juntos.[10]

Sinopse

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Bette Davis e Fay Bainter em cena do filme.

Em 1852, Julie Marsden (Bette Davis), uma beleza sulista impetuosa e aristocrata, escandaliza a rígida sociedade de Nova Orleans, sua família e seu noivo Preston "Pres" Dillard (Henry Fonda) ao ir para o Olympus, um baile considerado o evento social mais importante do ano, com um vestido de cetim vermelho, contrariando a moda da época para as moças solteiras, que deveriam estar todas vestidas com um branco imaculado.

Desafiado por Julie, que queria provocá-lo, Preston enfrenta o repúdio dos demais convidados e permanece ao lado da moça, mas se sente humilhado e, quando a noite acaba, ele abandona Julie e a cidade, e vai para Nova Iorque. Julie se arrepende da provocação e, apesar de apaixonada, não vai atrás dele, se refugiando em sua fazenda e acreditando que ele irá voltar.

Um ano depois, Preston volta, mas está casado com Amy Bradford (Margaret Lindsay) e a cidade enfrenta uma grave epidemia de febre amarela. Julie, sem conseguir se controlar, veste um bonito vestido branco e recepciona o casal em sua casa, hostilizando a esposa de seu amado e provocando ciúme em seu outro pretendente, o duelista Buck Cantrell (George Brent), o que aumenta a tensão.

Elenco

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  • Bette Davis como Julie Marsden
  • Henry Fonda como Preston Dillard
  • George Brent como Buck Cantrell
  • Margaret Lindsay como Amy Bradford Dillard
  • Donald Crisp como Dr. Livingstone
  • Fay Bainter como Tia Belle Massey
  • Richard Cromwell como Ted Dillard
  • Henry O'Neill como General Theopholus Bogardus
  • Spring Byington como Sra. Kendrick
  • John Litel como Jean La Cour
  • Gordon Oliver como Dick Allen
  • Janet Shaw como Molly Allen
  • Theresa Harris como Zette
  • Margaret Early como Stephanie Kendrick
  • Irving Pichel como Huger
  • Eddie Anderson como Gros Bat
  • Matthew "Stymie" Beard como Ti Bat
  • Lew Payton como Tio Cato
  • George Renevant como De Lautruc
Não-creditados

Produção

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O filme foi oferecido a Bette Davis como compensação depois que ela não conseguiu ganhar o papel de Scarlett O'Hara em "Gone with the Wind".[11] Apesar de uma pesquisa de rádio mostrar Davis como a favorita do público para o papel de O'Hara, David O. Selznick nunca considerou seriamente escalá-la. Davis ganhou seu segundo Oscar de melhor atriz por "Jezebel", três anos depois de vencer seu primeiro por "Dangerous". Esta vitória estabeleceu seu protagonismo em outras produções.[12]

Selznick teria contratado Max Steiner para preparar a trilha sonora de "Gone with the Wind" (1939) com base em seu trabalho em "Jezebel".[13]

A Warner Bros. originalmente tentou escalar Cary Grant para coestrelar a produção ao lado de Davis e Brent, mas o estúdio acabou recusando sua demanda salarial de US$ 75.000 e escalou Henry Fonda.[1]

Recepção

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Bette Davis em foto publicitária do filme.

Críticas contemporâneas foram geralmente positivas e elogiaram o desempenho de Davis em particular, embora alguns tenham achado a redenção de sua personagem no final do filme pouco convincente. Frank S. Nugent, em sua crítica para o jornal The New York Times, escreveu que o filme "teria sido consideravelmente mais eficaz ... se sua heroína tivesse permanecido irregenerada até o fim. A Srta. Davis pode ser maligna quando quer, e é uma pena temperar esse dom com despeito feminino ... Ainda é um filme interessante, apesar de nossas fungadas em seu clímax".[14][15]

A revista Variety relatou que o filme "é, sem dúvida, fiel até certo ponto, e não sem seu charme", e "até completamente cativante" às vezes, mas achou prejudicial que a personagem principal "de repente se transformasse em uma figura de sacrifício nobre e completamente capacitada", descrevendo o final como "bastante suspenso e confuso".[16] A Film Daily chamou-o de "um triunfo das telas realmente notável para Bette Davis. Ela desempenha um papel emocional que exige uma gama de emoções, e lida com o papel com arte consumada".[17]

A Harrison's Reports chamou-o de "entretenimento poderoso e dramático ... Não é o que se chamaria de entretenimento alegre, e pode não agradar a todos, mas deve agradar aqueles que gostam de boa atuação".[18] John Mosher, para o The New Yorker, escreveu: "algo deu errado com Jezebel, possivelmente nada mais do que o enredo, e todas as suas ricas fantasias não conseguem torná-lo vivo ... nenhuma cena deslancha completamente, e no final, quando a diaba de repente se transforma em santa e mártir, a gente nem se interessa. Essa Jezebel apenas parece maluca".[19] No Rotten Tomatoes, site agregador de críticas, 96% das 23 críticas do filme são positivas, com uma classificação média de 7,6/10.[20]

Prêmios e homenagens

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Ano Cerimônia Categoria Indicado Resultado Ref.
1938 Festival Internacional de Cinema de Veneza Taça Mussolini (Melhor filme estrangeiro) William Wyler Indicado
Recomendação especial Venceu
National Board of Review Top Ten Films (Os Dez Melhores Filmes do Ano) 8.º Lugar
1939 Oscar Melhor filme Hal B. Wallis & Henry Blanke (para Warner Bros.) Indicado [21][22]
Melhor atriz Bette Davis Venceu
Melhor atriz coadjuvante Fay Bainter
Melhor fotografia em preto e branco Ernest Haller Indicado
Melhor trilha sonora Max Steiner
2009 National Film Preservation Board National Film Registry Introduzido [23][24][25]

Em 2009, "Jezebel" foi incluído na seleção anual de 25 filmes adicionados ao National Film Registry, coleção filmográfica da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente" significativos e recomendados para preservação.[23][24][25]

Comentários no DVD

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Em 2006, a historiadora de cinema Jeanine Basinger gravou um vídeo abrangente que continha comentários cena por cena como parte do DVD reeditado do filme. Em seu comentário sobre Davis, Basinger relata que este filme é distinto no reino dos filmes estrelados por mulheres por causa dos figurinos brilhantes que Orry-Kelly desenhou para a atriz. Basinger afirma que o espectador é obrigado a assistir Davis em quatro estilos em particular: a roupa de turfe no início do filme, o escandaloso vestido vermelho escarlate no Baile Olympus, o vestido branco virginal que ela usa quando tenta cortejar novamente o personagem de Henry Fonda e, finalmente, a capa que ela veste no final da produção. Na opinião de Basinger, esta foi uma performance do auge da carreira de Davis, e "Jezebel" é o filme da mulher estadunidense por excelência.[26]

Referências
  1. a b c d «The First 100 Years 1893–1993: Jezebel (1938)». American Film Institute Catalog. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  2. Sedgwick, John (1 de novembro de 2000). Popular Filmgoing in 1930s Britain: A Choice of Pleasures. Inglaterra: University of Exeter Press. p. 206. ISBN 978-0859896603 
  3. Vaz, Sérgio. «Jezebel (1938)». Brasil: 50 Anos de Filmes. Consultado em 5 de novembro de 2019 
  4. «Crítica | Jezebel (1938)». Brasil: Plano Crítico. 10 de março de 2018. Consultado em 11 de agosto de 2019 
  5. «Jezebel (1938)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 5 de novembro de 2019 
  6. «Jezebel, a Insubmissa (1938)». Portugal: SAPO. Consultado em 5 de novembro de 2019 
  7. «Jezebel, a Insubmissa (1938)». Portugal: Público. Consultado em 5 de novembro de 2019 
  8. «New Orleans as the city of misfit women in Jezebel (William Wyler, 1938) and The Flame of New Orleans (René Clair, 1941)» (em inglês). OpenEdition Journals. 14 de janeiro de 2016. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  9. Carol Ann Newsom; Sharon H. Ringe; Jacqueline E. Lapsley (1 de janeiro de 2012). Women's Bible Commentary. Inglaterra: Westminster John Knox Press. p. 187. ISBN 978-0664237073 
  10. «Jezebel (1938)». AllMovie. Consultado em 14 de setembro de 2024 
  11. «Jezebel (1938) – Trivia». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 14 de setembro de 2024 
  12. Haver, Ronald (1980). David O. Selznick's Hollywood. [S.l.]: Bonanza Books. p. 243. ISBN 0-517-47665-7 
  13. «Jezebel (1938) – Articles». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 14 de setembro de 2024 
  14. The New York Times Film Reviews, Volume 2: 1932-1938. Nova Iorque: The New York Times & Arno Press. 1970. p. 1479 
  15. Nugent, Frank S. (11 de março de 1938). «The Screen In Review: Warners Start the Southern Cycle With 'Jezebel' at the Music Hall – 'Everybody Sing' at the Capitol – 'Dangerous to Know' at the Criterion At the CapitOl At the Criterion». The New York Times. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  16. «Jezebel (1938)». Variety. 16 de março de 1938. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  17. «Reviews». Film Daily. Nova Iorque: Wid's Films and Film Folk, Inc. 11 de março de 1938. p. 6 
  18. «Full text of "Harrison's Reports (1938)"». Harrison's Reports. 26 de março de 1938. Consultado em 5 de agosto de 2022 – via Internet Archive 
  19. Mosher, John (19 de março de 1938). «The Current Cinema». The New Yorker. Nova Iorque: F-R Publishing Corp. pp. 73–74 
  20. «Jezebel (1938)». Rotten Tomatoes. Fandango Media. Consultado em 14 de setembro de 2024 
  21. «The 11th Academy Awards (1939) | Nominees and Winners». Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Consultado em 14 de setembro de 2024 
  22. «11.º Oscar – 1939». CinePlayers. Consultado em 14 de setembro de 2024 
  23. a b «25 new titles added to National Film Registry». Yahoo News. Yahoo. 30 de dezembro de 2009. Consultado em 30 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2010 
  24. a b «Complete National Film Registry Listing». Library of Congress. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  25. a b «Michael Jackson, the Muppets and Early Cinema Tapped for Preservation in 2009 Library of Congress National Film Registry». Library of Congress. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  26. «Bette Davis' "Jezebel" – Warner Archive Collection – sparkles in new remaster». highdefwatch.com. 27 de setembro de 2019. Consultado em 5 de agosto de 2022 

Ligações externas

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  •   Media relacionados com Jezebel no Wikimedia Commons
  • Jezebel no Cosmopolis
  • Jezebel – ensaio de Gabriel Miller no website da National Film Registry
  • Jezebel – ensaio de Daniel Eagan em America's Film Legacy, 2009-2010: A Viewer's Guide to the 50 Landmark Movies Added To The National Film Registry in 2009-10, Bloomsbury Publishing USA, 2011, ISBN 1441120025 páginas 56–59.