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Gnetum

género de plantas

Gnetum é um género de plantas lenhosas de ambiente tropical pertencente à família Gnetaceae da ordem Gnetales com distribuição natural no Sudeste Asiático, África Ocidental, Fiji e no Norte da América do Sul. A espécie mais conhecida deste género é o Gnetum gnemon, uma árvore típica da Malásia e Indonésia, cujas sementes são utilizadas para cozinhar uma especialidade característica chamada kerepok.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaGnetum
Gneto[1]
Classificação científica
Reino: Plantae
(sem classif.) Gymnospermae
Divisão: Gnetophyta
Classe: Gnetopsida
Ordem: Gnetales
Mart.
Família: Gnetaceae
Blume
Gênero: Gnetum
Espécie-tipo
Gnetum gnemon
L.
Distribuição geográfica
Distribuição natural de Gnetum
Distribuição natural de Gnetum
Espécies
Ver texto
Sinónimos[2]
Gnetum macrostachyum na Tailândia.

Descrição

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Gnetum é um género de gimnospérmicas, o único género extante da família Gnetaceae dentro do grupo Gnetophyta. São espécies tropicais perenifólias, maioritariamente trepadeiras ou lianas lenhosas, mas também pequenas árvores ou arbustos. Ao contrário de outras gimnospérmicas, possuem elementos de vaso no xilema. Algumas espécies têm sido propostas como tendo sido as primeiras plantas a serem polinizadas por insectos, uma vez que os seus fósseis ocorrem em associação com espécies extintas de moscas-escorpião (Mecoptera).[3] São plantas dióicas ou monóicas.

As filogenias moleculares baseadas em sequências nucleares e plastidiais da maioria das espécies indicam hibridação entre algumas das espécies do Sudeste Asiático. Os relógios moleculares calibrados por fósseis sugerem que as linhagens de Gnetum atualmente encontradas em África, América do Sul e Sudeste Asiático são o resultado de uma antiga dispersão de longa distância através da água do mar.[4][5]

As folhas são elípticas, ricas em compostos bioactivos, como os flavonoides e os estilbenos. Das espécies estudadas até à data, a Gnetum tem capacidades fotossintéticas e de transpiração consideravelmente inferiores às de outras plantas com sementes, devido à ausência de múltiplos genes de cloroplastos essenciais para a fotossíntese, uma caraterística que parecem partilhar com os outros membros vivos das Gnetophyta, os géneros Ephedra e Welwitschia, bem como a generalidade das coníferas.[6]

Filogenia e taxonomia

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Filogenia de Gnetum[7]

subsecção Araeognemones

subsecção Micrognemones

secção Gnetum

secção Scandentia

subsecção Gnemonoides

subsecção Stipitati

subsecção Sessiles


Filogenia de Gnetum[8][9]
secção

G. buchholzianum Engler

Micrognemones

G. africanum (de Loureiro) Welwitsch

secção
subsecção

G. costatum Schum.

G. gnemon von Linné

Gnetum
subsecção

G. raya Markgraf

G. gnemonoides Brongniart

Gnemonoides
subsecção

G. leyboldii Tulasne

G. nodiflorum Brongniart

G. schwackeanum Taubert & Schenck ex Taubert & Markgraf

G. paniculatum Spruce ex Bentham

G. camporum (Markgraf) Stevenson & Zanoni

G. urens (Aublet) Blume

Araeognemones
Gnetum
secção

G. microcarpum Blume

G. diminutum Markgraf

G. klossii Merrill ex Markgraf

subsecção

G. parvifolium (Warburg) Cheng

G. luofuense Cheng

G. indicum (de Loureiro) Merrill

G. hainanense Cheng ex Fu, Yu & Gilbert

G. montanum Markgraf

Stipitati
subsecção

G. macrostachyum Hooker

G. latifolium Blume

G. edule (Willdenow) Blume

G. neglectum Blume

G. leptostachyum Blume

G. ula Brongniart

G. tenuifolium Ridley

G. cuspidatum Blume

Sessiles
Scandentia


O género Gnetum foi estabelecido em 1767 por Carl von Linné.[10] Sinónimos de Gnetum L. são Gnemon Rumph. ex Kuntze nom. illeg., Thoa Aubl., Abutua Lour., Arthostema Neck. O género tem uma distribuição puramente tropical, com espécies no Neotropis, África Ocidental, Índia e do Sudeste Asiático até Fiji.

O género Gnetum está dividido em duas secções e quatro subsecções.[10] Existem 30 a 40 espécies; as árvores filogenéticas de genética molecular já incluem a maioria destas espécies. As seguintes espécies de Gnetum são consideradas como validamente descritas:[10]

Conservação

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Algumas espécies de Gnetum estão em risco de extinção. Os habitats estão a ser removidos com as árvores a serem cortadas para criar espaço para agricultura e uranização. As florestas tropicais estão a ser destruídas, pelo que muitas das espécies estão a extinguir-se, com destaque para a espécie Gnetum oxycarpum. As florestas tropicais estão a ser destruídas e transformadas em terras agrícolas. O Gnetum vive apenas numa pequena parte da floresta tropical.[11][12]

A maioria das espécies de Gnetum são comestíveis, nomeadamente as sementes, que podem ser torradas, e as folhas que são usadas como legume.[13] Não há qualquer notícia de perigo no consumo do fruto ou das sementes.[14] A planta é colhida para produção de fibras.

São também conhecidas aplicações na medicina tradicional. Foi efectuado um estudo sobre a planta para verificar se tem propriedades medicinais, tendo sido encontrados alguns efeitos anti-coagulantes devido ao seu teor de estilbenoides. A família Gnetaceae é bem conhecida como uma fonte rica em estilbenoides derivados de plantas, semelhante ao que ocorre em famílias com as Cyperaceae, Dipterocarpaceae, Fabaceae e Vitaceae.[15]

Referências

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  1. https://www.dicio.com.br/gneto/
  2. Kew World Checklist of Selected Plant Families
  3. Ren D, Labandeira CC, Santiago-Blay JA, Rasnitsyn A, Shih CK, Bashkuev A, Logan MA, Hotton CL, Dilcher D. (2009). Probable Pollination Mode Before Angiosperms: Eurasian, Long-Proboscid Scorpionflies. Science, 326 (5954), 840-847. doi:10.1126/science.1178338
  4. Won H, Renner SS: The internal transcribed spacer of nuclear ribosomal DNA in the gymnosperm Gnetum. Molecular Phylogenetics and Evolution 2005, 36:581-597. doi:10.1016/j.ympev.2005.03.011
  5. Won, H., and S. S. Renner. 2006. Dating dispersal and radiation in the gymnosperm Gnetum (Gnetales) – clock calibration when outgroup relationships are uncertain. Systematic Biology 55(4): 610-622. doi:10.1080/10635150600812619
  6. Significance of Photosynthetic Characters in the Evolution of Asian Gnetum (Gnetales)
  7. Hou, Chen; Humphreys, Aelys M.; Thureborn, Olle; Rydin, Catarina (Abril de 2015). «New insights into the evolutionary history of Gnetum (Gnetales)». Taxon. 64 (2): 239–253. doi:10.12705/642.12 
  8. Stull, Gregory W.; Qu, Xiao-Jian; Parins-Fukuchi, Caroline; Yang, Ying-Ying; Yang, Jun-Bo; Yang, Zhi-Yun; Hu, Yi; Ma, Hong; Soltis, Pamela S.; Soltis, Douglas E.; Li, De-Zhu; Smith, Stephen A.; Yi, Ting-Shuang; et al. (2021). «Gene duplications and phylogenomic conflict underlie major pulses of phenotypic evolution in gymnosperms». Nature Plants. 7 (8): 1015–1025. PMID 34282286. doi:10.1038/s41477-021-00964-4 
  9. Stull, Gregory W.; et al. (2021). «main.dated.supermatrix.tree.T9.tre». Figshare. doi:10.6084/m9.figshare.14547354.v1 
  10. a b c Christopher J. Earle (1 de março de 2019). «Gnetum Linnaeus 1753». The Gymnosperm Database (em englisch). Consultado em 6 de abril de 2019 
  11. Govaerts & al. {{{3}}}. Gnetum em World Checklist of Selected Plant Families.
    The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Publicado na internet. Accesso: Gnetum de {{{2}}} de {{{3}}}.
  12. «Gnetum». Tropicos. Missouri Botanical Garden. 40015616 
  13. Hoe, V.B. and Siong, K.H., "The Nutritional Value of Indigenous Fruits and Vegetables in Sarawak,"Asia-Pacific Journal of Clinical Nutrition, Vol. 8, no. 1, 1998, pp 24-31
  14. «Gnetum gnemon | plant | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 2 de maio de 2022 
  15. Kloypan, Chiraphat; Jeenapongsa, Rattima; Sri-In, Piyawit; Chanta, Surin; Dokpuang, Dech; Tip-Pyang, Santi; Surapinit, Nattanan (2012). «Stilbenoids from Gnetum macrostachyum Attenuate Human Platelet Aggregation and Adhesion». ResearchGate (em inglês). 26 (10): 1564–1568. PMID 22511550. doi:10.1002/ptr.4605 

Galeria

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Ligações externas

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  1. «Renaissance», Wikipedia (em inglês), 8 de dezembro de 2021, consultado em 15 de dezembro de 2021