Francisco Rodrigues Lobo
Francisco Rodrigues Lobo (Leiria, entre julho e dezembro de 1580 — Lisboa, 4 de novembro de 1622) foi um poeta português. Era um Autor regionalista como poucos, apresentava o cognome de "cantor do Lis", e era considerado o iniciador do Barroco na literatura portuguesa[1].
Francisco Rodrigues Lobo | |
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Nascimento | 1580 Leiria |
Morte | 4 de novembro de 1622 (42 anos) Lisboa |
Nacionalidade | Português |
Ocupação | Poeta |
Magnum opus | A Corte na Aldeia (1619) |
Escola/tradição | Barroco |
Biografia
editarNasceu em Leiria no seio de uma família de cristãos-novos, cidade onde a presença judaica remonta a inícios do século XIII[2].
Estudou na Universidade de Coimbra, onde se formou em Cânones. Foi precisamente na cidade do Mondego que iniciou a sua atividade literária, compondo o Romanceiro, tinha pouco mais de 16 anos.
Afirma-se que se dava com a nobreza, entre os quais Teodósio II, Duque de Bragança e Duarte de Bragança, senhor de Vila do Conde, e que este último lhe dava alojamento. Desconhece-se se terá exercido cargos públicos.
Na sua escrita percebe-se uma certa influência da lírica de Luís de Camões, nomeadamente nos temas do bucolismo e do desencanto.
Francisco se afogou no Rio Tejo durante uma viagem entre Lisboa e Santarém e acabou morrendo em novembro de 1622. Depois, foi seu corpo trazido a Lisboa, e sepultado no Convento de São Francisco da mesma Cidade[3].
Obra
editarViveu durante a Dinastia Filipina, o que explica as numerosas obras escritas em língua castelhana, tendo escrito raramente em língua portuguesa. Foi autor, entre outras, das obras:
- Primavera (1601), título geral das três novelas pastoris: "Primavera", "Pastor Pereyrino" e "Desenganado";
- O Pastor Peregrino (1608);
- Condestabre (1609); e
- A Corte na Aldeia (1619).
Dessas, Corte na Aldeia é considerada como o primeiro sinal literário do Barroco em Portugal e um contributo importante no que se refere ao desenvolvimento do Barroco na Península Ibérica. A obra é dedicada ao descendente da Coroa Portuguesa, ou seja D. Duarte de Bragança, irmão do Duque de Bragança e marquês de Frechilha e de Malagam. Na dedicatória da obra, Rodrigues Lobo convida D. Duarte a preservar e ter orgulho da "língua e da nação Portuguesa" que, no passado, conheceu momentos muito mais gloriosos. "Corte na Aldeia" é composta de dezasseis diálogos didácticos que descrevem a vida cortesã da época, reflectindo a frustração da nobreza portuguesa pelo desaparecimento da corte nacional, sob a dominação filipina.[4]
Homenagens
editarO seu nome foi atribuído à Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo, e à Praça Rodrigues Lobo, em Leiria. É também nome de rua em Lisboa, freguesia de Campolide.
- ↑ Município de Leiria
- ↑ Rede Judiarias de Portugal
- ↑ Francisco Rodrigues Lobo, Veratatis, 18 de outubro de 2022, in Pe. Francisco de Santa Maria, «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744
- ↑ Miguel Real. «A Corte na Aldeia». e-Cultura (Centro Nacional de Cultura). Consultado em 6 de outubro de 2017
Ligações externas
editar- «Fotobiografia (im) Possível - Francisco Rodrigues Lobo 1878-1946, autor: Carlos Ascenso André Ed. Imagens&Letras, 2009». www.imagenseletras.pt
- 1º Volume da obra "Côrte na aldeia e noites de inverno (eBook)
- Obras de Francisco Rodrigues Lobo na Biblioteca Nacional Digital