Alexandre I de Epiro
Alexandre I de Epiro (Ἀλέξανδρος Α' της Ηπείρου, Epiro, c. 370 a.C. — Pandosia, 331 a.C.), também conhecido por Alexandre, o Molosso (Ἀλέξανδρος ο Μολοσσός), foi um rei de Epiro (350–331 a.C.) da dinastia eácida.[1] Como filho de Neoptólemo I e irmão de Olímpia,[2] era tio de Alexandre, o Grande e de Pirro.
Alexandre I | |
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Moeda de Alexandre, o Molosso por volta de 334-332 a.C. À esquerda a cabeça barbada de Zeus de Dodona, usando coroa de folhas de carvalho; à direita, raio horizontal; acima, uma ponta de lança | |
Nascimento | 362 a.C. Épiro |
Morte | 331 a.C. Pandosia |
Progenitores | |
Cônjuge | Cleópatra da Macedónia |
Filho(a)(s) | Neoptólemo II de Epiro, Cadmeia do Epiro |
Irmão(ã)(s) | Olímpia do Epiro, Troas |
Ocupação | militar |
Religião | religião na Grécia antiga |
Família
editarEle era filho de Neoptólemo I, filho de Alcetas I, filho de Tápiro.[2] Após a morte de Alcetas I, seus filhos,[3] Neoptólemo I e Arribas,[2] concordaram em dividir o poder, reinando juntos.[3]
Olímpia, irmã de Alexandre I, foi criada por Arribas, que era casado com sua irmã Troas.[4][Nota 1] Foi Arribas que promoveu o casamento de Olímpia com Filipe II da Macedônia.[4]
Ascensão
editarFrequentou, quando criança, a corte de Filipe II da Macedônia, e, sendo um jovem muito belo, seduzido por promessas de receber o reino de Epiro, tornou-se o protegido de Filipe.[5] Quando Alexandre I fez vinte anos,[5] Filipe destronou e exilou seu tio Arribas,[4] e fez de Alexandre I rei de Epiro.[5]
Reinado
editarQuando Olímpia foi repudiada por seu marido, em 337 a.C., ela foi ao seu irmão, e esforçou-se por convencê-lo a lutar contra Filipe.[6] Alexandre, o Grande também se refugiou com Alexandre I, mas depois foi para a Ilíria.[6]
Filipe, contudo, recusou enfrentá-lo,[6] e firmou uma segunda aliança com Alexandre I, dando-lhe sua filha (sobrinha de Alexandre I) Cleópatra em casamento[7] (336 a.C.). No casamento, Filipe foi assassinado por Pausânias de Orestis.[7]
Em 334 a.C., Alexandre I, a pedido da colônia grega de Taras (na Magna Grécia), dirigiu-se para a Itália, a fim de auxiliá-los na batalha contra várias tribos itálicas, os lucanos e os brútios.[8] Marco Juniano Justino comenta que, como se tivessem feito um sorteio e dividido o mundo, Alexandre, o Grande teria ficado com a Ásia e a Pérsia, e Alexandre do Epiro com a Itália, África e Sicília.[8] O Oráculo de Delfos havia prevenido Alexandre, o Grande, contra a traição na Macedônia, e a Alexandre I para temer a cidade de Pandosia e o rio Aqueronte; assim, ele fez a campanha na Itália para ficar longe da cidade e do rio, localizados em Epiro, sem saber que havia uma cidade e um rio de mesmo nome na Itália.[8]
Inicialmente, Alexandre lutou contra a Apúlia, mas, por causa de um oráculo que dizia que eles seriam invencíveis, fez um acordo de paz com eles.[8] Depois de vitórias sobre os brútios e lucanos, Alexandre fez um tratado de paz com os romanos, metapontinos e pediculanos.[8] O sucesso ainda acompanhou o seu exército. Tomou a Heracleia dos lucanos, e as cidades de Terina e Siponto dos brútios.
Os brútios e lucanos arrumaram reforços, e renovaram a guerra.[8] Alexandre foi morto nas proximidades da cidade de Pandosia e do rio Aqueronte, conforme o oráculo.[8]
Sucessão
editarDeixou um filho, Neoptólemo,[9] e, possivelmente, uma filha, Cadmea.[Nota 2][10]
Após a morte de Alexandre I entre os lucanos, Olímpia, com medo de Antípatro, retornou a Epiro; Eácides, filho de Arribas, manteve sua aliança com Olímpia e lutou contra os macedônios, cujo rei nominal era Filipe Arrideu.[3]
Seu filho, Neoptólemo II,[9] governou conjuntamente com Pirro,[11] porém foi assassinado por Pirro quando planejava envenená-lo.[12]
- ↑ Mason, Charles Peter (1867). «Alexander». In: William Smith. Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. 1. Boston: Little, Brown and Company. 116 páginas
- ↑ a b c Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.11.1
- ↑ a b c Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.11.3
- ↑ a b c Juniano Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, Livro 7, 6 [em linha]
- ↑ a b c Juniano Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, Livro 8, 6 [em linha]
- ↑ a b c Juniano Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, Livro 9, 7 [em linha]
- ↑ a b Juniano Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, Livro 9, 6 [em linha]
- ↑ a b c d e f g Juniano Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, Livro 12, 2 [em linha]
- ↑ a b Cabanes, L'Épire 545,12
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 5.5 [em linha]
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 5.1
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 5.4-6
- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Alexander I». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
Ligações externas
editar- Media relacionados com Alexandre I de Epiro no Wikimedia Commons
- «Lendering, Jona. "Alexander of Molossis". Livius.org, 2004.» (em inglês)
Alexandre I de Epiro Nascimento: 370 a.C. Morte: 331 a.C.
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Precedido por Arribas |
Rei de Epiro 350–331 a.C. |
Sucedido por Eácides |