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Espiritualidade e BDSM

BDSM e meditação

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Há uma correlação entre BDSM e mindfulness. As práticas de BDSM estão ligadas com tradições de meditação que usam a dor para focar no presente, e é observada a redução de estresse e ansiedade, melhora no humor e alívio da dor.[1] O masoquismo está associado a diminuição da autopercepção, que leva ao repelimento de sentimentos negativos como culpa, ansiedade e insegurança.[2] É possível atingir estados alterados de consciência durante uma cena. Porém, não é apenas a liberação de dopamina e oxitocina que leva a estes estados. A relação entre o top e o bottom também é importante, com sentimentos como envolvimento emocional, segurança, sensação de controle e memórias de experiências passadas desempenhando um papel importante.[1]

Bottoms são capazes de atingir o "subespaço", um estado de mente onde a pessoa perde temporariamente as funções executivas do cérebro, assim "flutuando" e perdendo a dinstinção entre ela e os outros. Este sentimento é análogo ao descrito por praticantes de meditação transcendental, usuários de drogas psicodélicas e o que é chamado de "zona" por atletas de alta performance. Não se sabe ao certo os motivos que levam a este estado, mas uma das hipóteses é que o foco trazido pela dor faz com que haja um maior fluxo sanguíneo em áreas do cérebro que não são tão usadas no dia-a-dia.[1]

Por outro lado, o papel de top envolve a sensação de desafio e a demonstração de habilidades, que pode levar a um estado de mente chamado "topespaço" ou "domespaço", onde a pessoa está intensamente concentrada, e há alteração na percepção do tempo e dissipação de consciência.[1]

É importante discernir que pessoas que pessoas que se cortam também relatam alívio psicológico e o escape de emoções ruins, porém, diferente de pessoas suicidas, pessoas que praticam BDSM relatam sentimentos positivos após a sessão. Além disso, na cultura BDSM há o aftercare, onde os participantes de uma cena cuidam de suas necessidades psicológicas.[1]

Práticas religiosas

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Várias práticas relacionadas ao BDSM estão ligadas a religião e espiritualidade, com diversas delas sendo praticadas por religiões antigas.[3] Alguns estudos relacionam cenas de BDSM com ritos de iniciação de culturas não-ocidentais.[4] Os motivos para alguém buscar uma experiência religiosa através do BDSM variam, indo desde semelhanças entre os ritos de determinada igreja e as práticas fetichistas ou uma forma de experimentar as mesmas experiências religiosas mas fora da igreja.[2] O BDSM também por vezes é praticado como magia sexual.[5] Uma possível explicação para a busca de espiritualidade no BDSM é a falta de rituais nas sociedades de consumo, especialmente no ocidente.[4]

O edgeplay é uma atividade que leva a transgressão de uma norma social. Por isso, algumas pessoas da comunidade de BDSM relatam passar por experiências espirituais e filosóficas através das práticas, que foram descritas por Graham et al. como um método para ganhar "conhecimento espiritual experimental".[6][7]

BONDAGE

COMUNIDADE LEATHER

PRIMITIVO MODERNO

Gnosticismo

Althaus-Reid argumenta que dentro do cristianismo há proximidade entre certas práticas religiosas e o fetichismo. A estrutura da igreja também é parecida com as estruturas hierárquicas e de poder presentes no BDSM.[2] A flagelação foi usada na igreja católica como uma maneira de atingir purificação, punição e redenção.[1] O ritual foi praticado por nomes importantes na história da igreja, como Martinho Lutero.[2]

Os sufis praticam um ritual chamado Kutharatheeb, onde os participantes são perfurados com pregos, facas e bastões afiados para atingir um estado de êxtase místico onde eles "perdem a consciência de seus corpos para se concentrarem inteiramente em tornar sua alma apegada em Deus".[1]

No budismo, monges do Tibete meditam de forma a confrontar seu frio e são capazes de aumentar sua temperatura corporal.[1]

Macedônicos

  1. a b c d e f g h Jess Joho (27 de março de 2021). «BDSM and meditation are more connected than you'd think». Mashable (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2024. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024 
  2. a b c d Carlström, Charlotta (setembro de 2021). «Spiritual experiences and altered states of consciousness – Parallels between BDSM and Christianity». Sage Publishing. Sexualities (em inglês). 54 (5-6): 749–766. ISSN 1363-4607. doi:10.1177/1363460720964035. Consultado em 1 de outubro de 2024 
  3. Greenberg, Sam E. (2019). «Divine Kink: A Consideration of the Evidence for BDSM as Spiritual Ritual» (PDF). California Institute of Integral Studies. International Journal of Transpersonal Studies (em inglês). 38 (1): 220–235. ISSN 1942-3241. Consultado em 14 de outubro de 2024 
  4. a b Carlström, Charlotta (2017). «BDSM, Interaction Rituals and Open Bodies» (PDF). Springer. Sexuality & Culture (em inglês) (22): 209–219. doi:10.1007/s12119-017-9461-7. Consultado em 26 de outubro de 2024 
  5. Klement, Kathryn Rebecca; et al. (2016). «Extreme rituals in a BDSM context: the physiological and psychological effects of the 'Dance of Souls'». Routledge e Taylor & Francis. Culture, Health & Sexuality (em inglês). 19 (4): 453–469. doi:10.1080/13691058.2016.1234648. Consultado em 3 de outubro de 2024 
  6. Mister Vinnie (6 de janeiro de 2020). «How Consent is Encoded as Protocol in the Kink Community». Edgeplay (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2024. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024 – via Medium 
  7. Holmes, Jasmine; Pawlett, William (16 de julho de 2024). «Breaking Chains: Inclusivity within BDSM communities» (PDF). Universidade de Wolverhampton. Beyond Future: Festival of Research & Innovation (em inglês): 315-326. Consultado em 1 de outubro de 2024