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The Spotlight

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

The Spotlight foi um jornal semanal dos Estados Unidos, publicado em Washington, DC, de setembro de 1975 a julho de 2001 pela extinta Liberty Lobby, acusada de ser uma organização antissemita.[1]

O The Spotligh publicou artigos e editoriais que professavam uma orientação política "populista e nacionalista". Alguns observadores descreveram a publicação como promovendo uma política de direita ou conservadora.[2]

O The Spotlight foi descrito em reportagens como promovendo a ideologia America First (em português: Estados Unidos Primeiro), e realizando uma cobertura positiva das campanhas políticas de Pat Buchanan e David Duke.[3] O The Spotlight também realizava reportagens sobre medicina complementar e alternativa, incluindo anúncios do suposto suplemento anti-câncer Laetrile.[4]

O livro de Kevin J. Flynn, The Silent Brotherhood, descreveu o conteúdo editorial do The Spotlight como sendo "artigos sobre tópicos como análise da Bíblia, impostos e luta contra o Internal Revenue Service (IRS), banqueiros e como eles sangram a classe média, e como a nação é manipulada pela temida Comissão Trilateral e o Council on Foreign Relations", acrescentando que "o jornal atraiu uma enorme diversidade de leitores".[5]

A circulação do The Spotlight atingiu uma tiragem, em 1981, de 315.000 exemplares, mas caiu para cerca de 90.000 em 1992.[6]

Reação Crítica

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O The Spotlight foi chamado de "a publicação mais lida na periferia da direita", pela Liga Anti-Difamação, que também afirmou que o jornal "refletia a teoria da conspiração da história de Carto", e afirmou que o jornal era antissemita.[2]

Howard J. Ruff, em seu livro de 1979, How to Prosper During the Coming Bad Years, elogiou o The Spotlight por suas reportagens investigativas, enquanto o criticava por um ponto de vista de direita "claramente tendencioso", concluindo que "há muitas coisas que detesto nele, mas eu não ficaria sem ele."[7]

O congressista dos Estados Unidos, e líder da John Birch Society, Larry McDonald, criticou o The Spotlight nas gravações do congresso, em 1981, pelo suposto uso do movimento Lyndon LaRouche como fonte de informações.[8]

Controvérsias

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Processado por E. Howard Hunt

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Em 14 de agosto de 1978, o The Spotlight publicou um artigo de Victor Marchetti ligando o ex-agente da Central Intelligence Agency (CIA), e figura do Caso Watergate, E. Howard Hunt, ao assassinato de John F. Kennedy.[9] Com o título "CIA to Nail Hunt for Kennedy Killing" (em português: CIA vai acertar Hunt em cheio pelo assassinato de Kennedy), o artigo dizia: "Nas audiências públicas [de uma audiência pendente no Congresso], a CIA vai 'admitir' que Hunt estava envolvido na conspiração para matar Kennedy."[9] Ele também afirmou que o Comitê de Assassinatos da Câmara dos Estados Unidos recebeu um memorando interno da CIA, de 1966, que afirmava que a agência "terá que explicar a presença de Hunt em Dallas em 22 de novembro de 1963".[10]

Afirmando que foi difamado, Hunt processou a Liberty Lobby, pedindo US$ 3,5 milhões em danos, em um tribunal federal em Miami, em 1981; Marchetti não foi citado como réu.[9][10] Hunt, representado pelo advogado Ellis Rubin, disse que sofreu uma perda de US$ 27.000 em sua receita depois que o artigo foi publicado.[9][10] Ele também disse que estava em Washington, D.C., no dia em que Kennedy foi morto.[10] Miles McGrane, o advogado da Liberty Lobby, afirmou que a Liberty Lobby não acreditava que Hunt estivesse envolvido no assassinato, mas que ele seria feito de bode expiatório pela CIA.[9] Em 17 de dezembro de 1981, o júri decidiu a favor de Hunt e concedeu-lhe US$ 650.000.[9] A decisão foi posteriormente anulada devido a um erro nas instruções do júri.[11]

No segundo julgamento, Hunt foi representado pelo advogado de Baltimore, William Snyder.[11] Hunt deu testemunho de que estava em Washington, D.C., com sua esposa e filho, quando soube do assassinato.[11] Snyder disse ao júri que Hunt já havia sido inocentado por várias comissões e inquéritos.[11] O advogado Mark Lane, autor de Rush to Judgment e um dos apoiadores da teoria de que a CIA foi responsável pelo assassinato de Kennedy, representou a Liberty Lobby.[11] Lane defendeu com sucesso a Liberty Lobby contra as acusações de difamação,[12] que se tornaram a base para o livro Plausible Denial, de Lane.

Ação Judicial da National Review

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Em 1985, a revista National Review e seu editor, William F. Buckley Jr., foram representados pelo advogado J. Daniel Mahoney no processo por difamação contra o The Spotlight, no qual pleiteavam uma indenização de US$ 16 milhões.[13]

Timothy McVeigh

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Após o atentado de Oklahoma City, foi relatado que Timothy McVeigh, autor do atentado, havia colocado um anúncio nos classificados do The Spotlight em agosto de 1993, sob o nome de "T. Tuttle",[14] e usado um cartão telefônico comprado pelo jornal.[15]

Fim da Publicação

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O The Spotlight deixou de ser publicado em 2001, depois que a Liberty Lobby foi à falência como resultado de uma ação movida por ex-associados do Institute for Historical Review.[16] Willis Carto e outras pessoas do The Spotlight passaram a editar um novo jornal, o American Free Press. Uma ordem judicial de 2 de agosto de 2002,[17] do Tribunal Superior da Califórnia, transferiu os ativos da Liberty Lobby, incluindo o The Spotlight, para a credora Legion for the Survival of Freedom, Inc., que manteve online os arquivos de artigos do The Spotlight de 1997 a 2001.[18]

Outras Atividades

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De 1988 a 2001, o jornal patrocinou o talk show Radio Free America, que era transmitido pela estação de ondas curtas WWCR. 

  1. Michael, George (2003). Confronting Right Wing Extremism and Terrorism in the USA (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-37762-6. Consultado em 17 de maio de 2020 
  2. a b «Willis Carto». web.archive.org. 10 de abril de 2010. Consultado em 23 de abril de 2023 
  3. Campbell, Linda. "Liberty Lobby in the Spotlight with Duke, Buchanan In Race", Chicago Tribune, January 12, 1992
  4. Anderson, Jack and Whitten, Les. "Liberty Lobby Bootlegs Laetrile". Sarasota Herald-Tribune, August 16, 1977
  5. Flynn, Kevin J. and Gary Gerhardt, The Silent Brotherhood, Free Press, 1989, ISBN 0-02-910312-6 p. 85
  6. George, John and Wilcox, Laird. Nazis, Communists, Klansmen, and Others on the Fringe, Prometheus Books, p. 260
  7. Ruff, Howard J. How to Prosper During the Coming Bad Years, New York: Time Books, 1979
  8. McDonald, Larry. "Why Does Spotlight Attack the Real Anti-Communists?". Congressional Record, Vol. 127, No. 123, September 9, 1981. Posted online at http://www.knology.net/~bilrum/cr127p1.htm
  9. a b c d e f «Watergate Figure Wins Suit Accusing Newspaper of Libel». The New York Times. New York. AP. 18 de dezembro de 1981. Consultado em 8 de dezembro de 2014 
  10. a b c d «Hunt Denies Any Link To The Kennedy Killing». Ocala Star-Banner. Ocala, Florida. AP. 17 de dezembro de 1981. p. 10B. Consultado em 8 de dezembro de 2014 
  11. a b c d e Payne, Karen (29 de janeiro de 1985). «Hunt says he was in D.C. that fatal day in Dallas». The Miami News. Miami, Florida. p. 6A. Consultado em 8 de dezembro de 2014 
  12. 824 F2d 916 Hunt v. Marchetti, United States Court of Appeals, Eleventh Circuit.
  13. Archibald, George (25 de outubro de 1985). «Jury begged not to let Buckley 'punish and destroy' Spotlight» (PDF). The Washington Times. Washington, D.C. p. 3-A. Consultado em 29 de agosto de 2017. Arquivado do original (PDF) em 23 de janeiro de 2017 
  14. "Newspaper Focuses on Conspiracy Theories", Atlanta Journal-Constitution, June 11, 1995.
  15. "Spotlight on The Spotlight", Newsweek, May 15, 1995
  16. "Liberty Lobby Goes Under, Ends Spotlight Publication". Washington Times, July 10, 2001
  17. «The SPOTLIGHT, by Liberty Lobby». web.archive.org. 7 de junho de 2009. Consultado em 24 de abril de 2023 
  18. «.News Archive, the SPOTLIGHT by Liberty Lobby» 

Ligações Externas

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