Museu Carmen Miranda
Museu Carmen Miranda | |
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Tipo | museu |
Inauguração | 1976 (48 anos) |
Visitantes | 10 000 |
Página oficial (Website) | |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localidade | Rio de Janeiro |
Localização | Rio de Janeiro - Brasil |
O Museu Carmen Miranda (MCM) é um museu criado em homenagem a cantora e atriz Carmen Miranda, localizado no Aterro do Flamengo na cidade do Rio de Janeiro e aberto ao público desde 1976.[1]
O espaço foi fechado à visitação em 2013, mas reaberto ao público em 4 de agosto de 2023 após obras de revitalização.[2] Parte do seu acervo (168 itens), entre turbantes, roupas e acessórios diversos estão em exposição on-line na plataforma "We wear Culture", lançada pelo Google para difundir exposições de moda ao redor do mundo.[3]
Histórico
[editar | editar código-fonte]O Museu Carmen Miranda foi oficialmente estabelecido em 1956, por meio do decreto n° 886, assinado por Francisco Negrão de Lima, então Governador do Distrito Federal. A primeira exposição póstuma, organizada por Nilson Penna, teve sua inauguração em 19 de outubro de 1957, na Praça do Congresso, contando com a presença do presidente Juscelino Kubitschek e da primeira-dama Sara.[4] No entanto, a inauguração do museu só ocorreu vinte anos depois, em 5 de agosto de 1976, pelo Governador do Rio de Janeiro, Floriano Peixoto Faria Lima. O museu foi instalado no Aterro do Flamengo e seu prédio circular foi projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, sendo posteriormente adaptado pelo arquiteto Ulysses Burlamaqui.
Inicialmente, o prédio foi concebido como um pavilhão destinado ao playground do Morro da Viúva, integrado ao espaço dedicado às crianças, conforme o plano de urbanização do Aterro do Flamengo, desenvolvido em 1962.[5] O edifício possui um design circular, com um diâmetro de 22 metros, incluindo um pátio interno que favorece a ventilação e a iluminação. Sua fachada é constituída pela própria estrutura de concreto aparente, em dobraduras para promover sustentação, apresentando balanços variáveis. O acesso ao prédio é feito por meio de duas portas basculantes, que quando abertas, criam marquises e destacam as entradas.[6]
O museu abriga a maior coleção de objetos originais pertencentes a Carmen Miranda, incluindo sua indumentária, acessórios, objetos pessoais e uma vasta documentação textual e iconográfica. Além disso, contém documentos relacionados a outros artistas e compositores contemporâneos de Carmen. Graças ao seu acervo, o museu desempenha um papel fundamental na divulgação de informações sobre a vida e a carreira da cantora, tornando-se uma valiosa fonte de pesquisa e comunicação.[7] O acervo abrange mais de três mil itens, incluindo 1.500 fotografias que documentam tanto a trajetória artística quanto pessoal de Carmen Miranda. Ademais, conta com uma coleção de cinco mil recortes de jornais e revistas que narram os eventos históricos relacionados à vida da artista.[8] Todo o acervo foi doado pela família, através de sua irmã Aurora Miranda e do viúvo David Sebastian, após o falecimento de Carmen Miranda, em agosto de 1955.[9]
Dentre os itens de destaque, encontram-se a saia usada em sua estreia na Broadway, o turbante usado em seu casamento, e diversos trajes completos de seus shows. Além disso, a coleção inclui sua certidão de casamento, uma menção honrosa do Governo dos Estados Unidos por seus serviços durante a Segunda Guerra Mundial, e o programa do show "A Night in Rio" realizado no hotel The Waldorf Astoria em 1939. Também estão presentes caricaturas de Carmen inspiradas no filme "Entre a Loura e a Morena" (1943), junto a outros documentos representativos de sua trajetória artística.
A coleção de partituras é composta por 980 itens, destacando-se 80 partituras impressas da década de 1930. O acervo ainda conta com uma significativa documentação bibliográfica e iconográfica, incluindo roteiros originais de filmes realizados nos Estados Unidos, com anotações feitas pela própria cantora, além de troféus, roteiros de programas de rádio e televisão, e diversos agradecimentos. Cerca de 10 mil pessoas visitavam o local por ano, sendo 60% público estrangeiro.[10][11]
Durante muitos anos, Cecilia Miranda de Carvalho (uma de suas irmãs) foi a gestora do acervo do museu.[12]
Acervo
[editar | editar código-fonte]O acervo do museu teve início com as doações da família da cantora e atualmente abriga um total de 3.560 itens. Entre esses, estão 461 peças de indumentárias, incluindo 220 bijuterias, 11 trajes completos de shows e filmes, além de cintos, sapatos, turbantes e uma vasta coleção de 1.900 partituras, manuscritos e roteiros. Também fazem parte do acervo fotografias e cartazes.[13] Os trajes sociais e de shows são especialmente destacados, e nas vitrines é possível encontrar objetos pessoais como espelhos e escovas. Dois itens de grande destaque são o traje de estreia na Broadway e o usado no dia em que Carmen Miranda deixou sua marca na calçada da fama do Grauman's Chinese Theatre em 1941. No entanto, a maioria das peças não está incluída na exposição permanente do museu.[14]
Em 2013, o governo estadual do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Cultura, anunciou um projeto de restauração envolvendo 454 objetos pertencentes ao museu. Destes, 91 itens, entre roupas, turbantes, bijuterias e sapatos usados nos filmes "Copacabana" (1947) e "Scared Stiff" (1953), bem como em apresentações na Inglaterra, Cuba e nos Estados Unidos. Entre esses objetos está a fantasia usada por Carmen Miranda em sua última apresentação, pouco antes de seu falecimento. A Secretaria Estadual de Cultura planeja investir cerca de R$ 1,5 milhão na restauração desses 91 objetos.[15]
Em 2009, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou a construção da nova sede do Museu da Imagem e do Som em Copacabana, ocupando o local da antiga boate Help.[16][17] A nova sede incluirá um espaço dedicado à artista, onde serão expostas mais de 90 peças originais de seu arquivo pessoal.[18]
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Traje original criado por Carmen Miranda para sua viagem aos EUA em maio de 1939.
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Sapatos plataforma usado por Carmen Mirada em filmes e shows.
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Coleção de anéis e brincos de Carmen Miranda.
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Turbantes usados por Carmen Miranda em ocasiões sociais.
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Turbante usado no filme That Night in Rio de 1941.
- ↑ G1 Rio (4 de agosto de 2023). «Museu Carmen Miranda reabre no Rio nesta sexta-feira». G1. Consultado em 4 de agosto de 2023
- ↑ Fabiana Sampaio (4 de agosto de 2023). «Museu Carmen Miranda, no Rio, será reaberto nesta sexta-feira». Agência Brasil. Consultado em 4 de agosto de 2023
- ↑ «We wear culture: Google lança plataforma com exposições de moda ao redor do mundo». O Globo. 17 de junho de 2017. Consultado em 17 de junho de 2017
- ↑ Coutinho, Natasha Ferrão. MUSEU CARMEN MIRANDA: A Trajetória Inusitada De Sua Coleção De Trajes De Cena (1956 – 1976). UNIRIO. Acessado em 23/04/2023.
- ↑ «Museu Carmen Miranda». Guia da Semana. Consultado em 8 de maio de 2024
- ↑ Bittar, William. «Museu Carmem Miranda, tributo à musa tropical». Diário do Rio. Consultado em 8 de maio de 2024
- ↑ «TRATAMENTO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DO ACERVO DE INDUMENTÁRIA DO MUSEU CARMEN MIRANDA PARA TRANSFERÊNCIA AO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM» (PDF). cultura.rj.gov.br/. 18 de julho de 2013. Consultado em 15 de agosto de 2015
- ↑ «A famosa cantora tem um museu dedicado a sua obra». Time Out
- ↑ «Local tem acervo com mais de 3 mil itens de Carmem Miranda». Rio, Guia Oficial. Consultado em 3 de junho de 2014. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2014
- ↑ Tarcila Zonaro e Charles Antunes (6 de dezembro de 2012). «Acervos pessoais dão origens a museus». Koleções, a rede dos colecionadores. Consultado em 3 de junho de 2014
- ↑ JB Online (26 de julho de 2010). «Museu comemora vida e obra de Carmen Miranda». Jornal do Brasil. Consultado em 3 de junho de 2014
- ↑ Estêvão Bertoni (27 de maio de 2011). «Cecilia Miranda de Carvalho (1913-2011) - Última irmã viva de Carmen Miranda». Folha de S.Paulo
- ↑ «Museu possui arquivo vasto e pouco conhecido». Gazeta Digital. 6 de agosto de 2005. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ Ana Cora Lima (25 de abril de 2003). «O pequeno notável». Viva Favela[ligação inativa]
- ↑ CHRISTINA NASCIMENTO (21 de dezembro de 2013). «Memória quase destruída de Carmen Miranda, uma diva 'brasileira'». O Dia
- ↑ «Obras do Museu da Imagem e do Som do Rio serão retomadas». R7.com. 24 de agosto de 2018
- ↑ Flavia Villela (9 de junho de 2014). «Nova sede do Museu da Imagem e do Som será aberta no fim do ano no Rio». Agência Brasil. Consultado em 24 de junho de 2014
- ↑ Joan Royo Gual (31 de julho de 2023). «Rio de Janeiro tries to make up with Carmen Miranda». EL PAÍS English. Consultado em 6 de agosto de 2023