Mitologia lusitana
Mitologia Lusitana é a mitologia dos lusitanos, povo de ascendência proto-indo-europeia do oeste da Península Ibérica, no território que compreende a maior parte de Portugal, da Galiza, da Extremadura e uma pequena parte de Salamanca.
As divindades lusitanas influenciaram fortemente todas as práticas religiosas do oeste da Ibéria, nomeadamente na Galécia e sua nativa Lusitânia. Recentemente, um substrato vascónio está a começar a ser reconhecido.[1] Um outro povo que partilhava de práticas e divindades lusitanas eram os vizinhos vetões, apesar de não estar ainda claro o nível de partilha cultural dos dois povos vizinhos.[2]
Os deuses lusitanos estiveram em síntese, quer com os celtas, quer misturando-se sincreticamente com divindades romanas depois da Lusitânia ser conquistada, e algumas divindades lusitanas seriam assimiladas pelos próprios romanos,[3] até por fim abandonarem totalmente as crenças nativas quando o "paganismo" como um todo foi rejeitado, aquando a cristianização dos reinos suevo e visigodo ibéricos.
Deuses
[editar | editar código-fonte]- Abiafelesurreco
- Abna
- Aegiamunniaegus
- Aernus
- Aetio
- Albucelainco
- Ameipicer
- Arabo
- Aracus
- Aratibro
- Arência
- Arêncio
- Ares Lusitano
- Arus
- Atégina
- Bandereico
- Bandiarbariaicus
- Bandonga
- Bandua
- Bandueaetobrigus
- Bmervasecus
- Bormanico
- Brigus
- Cabar
- Cabuniaegenis
- Candeberônio
- Carióceco
- Carneus
- Cauleces
- Collouesei
- Coniumbricenses
- Coronus
- Coruas
- Cosus
- Crouga
- Cusicelenses
- Cusuneneaecus
- Debaroni
- Dercécio
- Dominus Cusus Neneoecus
- Dubérdico
- Durius
- Endovélico, era um deus ligado à cura e também tinha funções oraculares . Ele parece ter sido originalmente um deus menor, mas tornou-se excepcionalmente popular após a colonização romana.[4]
- Edovio
- Eniragillo
- Epona era protetora de cavalos, burros e mulas. Era particularmente uma deusa da fertilidade, como o demonstram as suas representações associadas às figuras da patera, da cornucópia, das espigas de trigo e da presença de potros. Ela e os seus cavalos também podem ter sido os barqueiros da alma para a vida após a morte, com paralelos em Rhiannon do Mabinogion. O fato incomum sobre esta divindade celta era que ela era "a única divindade celta venerada em última análise na própria Roma", era difundida no Império Romano entre os séculos I e III d.C, enquanto a maioria das divindades celtas estavam associadas a um local específico.
- Erbina
- Frovida
- Igaedo
- Ilurbeda
- Júpiter Ótimo Máximo
- Lepo
- Laho
- Laneana
- Larauco
- Laribero
- Lucubo
- Lurunos
- Miraro
- Mirobieu
- Moelio
- Moricilo
- Munidis
- Nabia pode ter sido duas divindades distintas, a consorte do equivalente lusitano do Júpiter romano e outra associada à terra e às fontes sagradas.[5] Nabia teve uma invocação dupla, um homem e uma mulher. A suprema Nábia está ligada a Júpiter e a outra encarnação da divindade, identificada com Diana, Juno ou Vitória ou outras do panteão romano, ligada à protecção e defesa da comunidade ou à saúde, riqueza e fertilidade.
- Nantosvelta
- Netaci
- Ocaere
- Quangeio
- Reo
- Reue
- Runesocesius
- Saur
- Salqiu
- Sucellus
- Tameóbrigo
- Toga
- Tongoe
- Tongoenabiago
- Torolo
- Trebaruna
- Turiaco
- Turólicos
- Verore
- Vestio
Outras divindades
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- Fontanus
- Fontana
- Martis Genio
- Peinticis
Cultos
[editar | editar código-fonte]Culto às aquae sanctae. Culto às fragas e rochas.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ Encarnação, José d’. 2015. Divindades indígenas sob o domínio romano em Portugal. Second edition. Coimbra: Universidade de Coimbra.
- ↑ Moreno, Eduardo Sánchez. Aproximación a la religión de los vetones: dioses, ritos y santuarios (PDF) (em espanhol). [S.l.: s.n.]
- ↑ Katia Maia-Bessa and Jean-Pierre Martin (1999)
- ↑ Monteiro Teixeira, Sílvia. 2014. Cultos e cultuantes no Sul do território actualmente português em época romana (sécs. I a. C. – III d. C.). Masters’ dissertation on Archaeology.. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
- ↑ P. Le Roux and A. Tranoy (1974)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Juan Carlos, Olivares Pedreño. Teonimos indigenas masculinos del ambito Lusitano-Galaico: un intento de síntesis.Revista de Guimarães, Volume Especial, I, Guimarães, 1999, pp. 277-296. (em castelhano)
- Robalo, Mário.Deuses de pedra.
- McKenna, Stephen. Paganism and Pagan Survivals in Spain up to the Fall of the Visigothic Kingdom. (em inglês)
- Martínez, Sonia María García. La epigrafía romana del concelho de Guimarães. Un estado de la cuestión.Revista de Guimarães, n.º 105, 1995, pp. 139-171 (em castelhano)
- Pedreño, Juan Carlos Olivares. Celtic Gods of the Iberian Peninsula. Volume 6. Celts in the Iberian Peninsula. E-Keltoi. Journal of Interdisciplinary Celtic studies
- Patrocínio, Manuel. Um Rosto para os Deuses (em inglês)