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Halterofilismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre o esporte de levantamento de peso olímpico. Para o treinamento ou exercícios resistidos com pesos, veja musculação. Para o esporte ou exercícios destinados à formação muscular, veja fisiculturismo. Para a modalidade do levantamento de peso básico para pessoas com deficiência física, veja levantamento de peso paralímpico.
halterofilismo é uma demonstração de força, potência e técnica

O halterofilismo ou a halterofilia, levantamento de peso(s), ou ainda, levantamento de peso olímpico (LPO) é um desporto em que o atleta tenta levantar o maior peso possível, do chão até sobre a cabeça, num haltere ou numa barra em que são fixados pesos, em competição ou como forma de exercício.

Compete-se em duas modalidades: o arranco e o arremesso. Seu objetivo é desenvolver a força e potência muscular e também exige técnica, flexibilidade, coordenação e equilíbrio.[1][2]

As primeiras competições organizadas de levantamento de peso começaram no final do século XIX; a Federação Internacional de Halterofilismo foi fundada em 1905[3] e instituiu as primeiras classes de peso.

O levantamento de peso é um dos esportes de força[4] e a terminologia halterofilismo vem do grego haltēres, 'massas de chumbo para fazer exercícios nos ginásios', ligado ao francês -philie, em português -filia, 'amizade', ambos do grego phílos, 'amigo',[5][6] sendo praticado com pesos por esporte, diversão ou saúde física.[7]

moedas de cem dracmas, comemorativas do Campeonato Mundial de 1999

A origem do levantamento de peso se perde no tempo. Os testes de força humana, de diferentes formas, são provavelmente mais antigos do que a própria civilização[8] e aparecem em antigos registros egípcios, em textos chineses e em gravuras gregas.[9]

As primeiras competições organizadas de levantamento de peso começaram na Europa no final do século XIX. O primeiro Campeonato Mundial de Halterofilismo foi realizado em 1891, em Londres, Inglaterra. Sete atletas de seis países participaram, e o britânico Edward Lawrence Levy ganhou esse concurso. Naquele tempo não havia nenhuma divisão de peso.[10][11][12]

O levantamento de peso esteve presente no programa dos primeiros Jogos Olímpicos modernos, em Atenas, Grécia, como parte dos jogos desportivos. Seis atletas de cinco países competiram em duas modalidades: levantamento com uma mão e com duas mãos. Foi deixado de fora dos Jogos de 1900. Reapareceu nos de 1904, com duas modalidades: levantamento com duas mãos e haltere geral. Nos Jogos seguintes foi abolido.[11]

Em 10 de junho de 1905, em Duisburg, foi fundada a Amateur-Athleten-Weltunion, predecessora da Federação Internacional de Halterofilismo (FIH), que dirigia as lutas olímpicas (luta livre e greco-romana) e o halterofilismo;[13] foram estabelecidas três classes de peso, que variaram ao longo do tempo. Quatro provas formavam o programa de competições internacionais: arranque com a mão esquerda e a direita, desenvolvimento com duas mãos e arremesso com duas mãos.[11][12]

O levantamento de peso foi reinserido nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920 e não foi mais retirado do programa olímpico. Três provas compuseram as competições: o arranco com uma mão e o arremesso com uma e as duas mãos. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1924 foram cinco provas: o arranco com uma mão e duas mãos, o arremesso com uma mão e duas mãos e o desenvolvimento com as duas mãos.[11][12]

arranque com uma mão (1933)

Em 1928, nos Jogos Olímpicos de Amsterdã, foi instituído o triplo levantamento — o desenvolvimento, o arranco e o arremesso, com as duas mãos.[11]

No Congresso da FIH de 1946, em Paris, os recordes no triplo levantamento (soma dos resultados no desenvolvimento, arranco e arremesso) foram reconhecidos e registrados.[11]

Desenvolvimento (1965)

A partir de 1946, os campeonatos mundiais passaram a ser realizados regular e anualmente, a exceção dos anos em que se realizam Jogos Olímpicos. A partir do Campeonato Mundial de 1969, em Varsóvia, passa a ser dada em competições medalhas para o desenvolvimento, o arranco e o arremesso, exceto em Jogos Olímpicos. Ainda em 1969, a federação internacional recebeu o novo nome de Fédération Haltérophile International (FHI) e a European Weightlifting Federation foi fundada.[11][12]

Em 1972 a federação internacional foi renomeada para International Weightlifting Federation (IWF) e o nome não mais foi alterado.[11][12]

No Congresso da IWF em 25 de agosto de 1972, em Munique, foi decidido que o desenvolvimento não faz mais parte das competições da federação a partir de 1º de janeiro de 1973, por causa de problemas de arbitragem e de saúde que ocasionava, e o arranco e o arremesso foram deixados como os movimentos-padrão do desporto.[11][12][14]

Em 1975, em Marseille, realizou-se a primeira edição do Campeonato Mundial Júnior de Halterofilismo.[12][12]

Em 1983, a FIH decide reconhecer as mulheres no halterofilismo, estabelecendo nove categorias de peso. Em 1986, em Budapeste, foi realizado o primeiro torneio internacional para mulheres, com a participação de 23 atletas de cinco países. Em 1987 foi realizado em Daytona Beach, Estados Unidos, o primeiro Campeonato Mundial para as mulheres.[12]

Em 1989, a diretoria da FIH decidiu que os recordes mundiais só serão válidos se os levantadores forem submetidos a exame antidoping.[11] Em fevereiro de 1993, a diretoria da FIH reestrutura as categorias de peso e os recordes anteriores são anulados.[11]

Em 1995, em Varsóvia, é realizada a primeira edição do Campeonato Mundial Júnior para mulheres.[11][12]

Em 1996, o Comité Olímpico Internacional decidiu aceitar a entrada das mulheres nos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, com a condição de que o número de atletas (homens/mulheres) não superasse os 250.[12]

Em 1998, em Ramat Gan, as categorias de peso são reestruturadas e reduzidas e é realizado o primeiro Campeonato Mundial de Estudantes de Universidades e Faculdades.[11]

As mulheres foram incluídas na edição dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000.[12]

O primeiro Campeonato Mundial Juvenil de Halterofilismo foi realizado em 2009, em Chiang Mai, para homens e mulheres.[15]

Em 2010, o halterofilismo é incluído na primeira edição dos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude, em Singapura.[11]

Ao longo das décadas algumas nações destacaram-se nas competições. No começo do século XX, Áustria, Alemanha e França eram as nações mais bem-sucedidas. Depois, Egito e Estados Unidos predominaram. A partir da década de 1950 e nas três seguintes, a União Soviética foi a protagonista, juntamente com os países do Leste Europeu, tendo a Bulgária como sua principal concorrente. Já por volta da década de 1980, também a República Popular da China, juntamente com outros países do Extremo Oriente.[9]

Organização estrutural

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O esporte é regulado pela Federação Internacional de Halterofilismo, sediada em Lausanne. Afiliam-se à FIH cinco federações continentais, na África, América, Ásia, Europa e Oceania, e mais de 190 associações nacionais.[16]

As competições são organizadas para homens e mulheres.[17]

Ilustração do arranco

As competições são constituídas de três disciplinas, com dois movimentos-padrão: o arranco (ou arranque) e o arremesso, com as duas mãos; o somatório dos maiores pesos levantados, em cada uma das duas provas, determina o total combinado ou total olímpico e quem levantar mais peso, ganha.[17] O total é mais importante do que as disciplinas individuais; o arranco é mais difícil do que o arremesso e neste é possível levantar mais peso do que no arranco.[18]

O arranco é a primeira prova da competição e consiste em levantar a barra do solo até acima da cabeça num movimento sem pausa, sem apoiá-la no corpo.
A barra é colocada horizontalmente em frente das pernas do levantador. É agarrada, com as palmas das mãos para baixo e puxada em um movimento único da plataforma e erguida até a extensão completa de ambos os braços acima da cabeça, enquanto que o levantador se agacha ou dobra as pernas.
Deve, então, ergue-se, estabilizar-se, durante dois segundos, e esperar o sinal de "abaixar" dos árbitros. Os árbitros dão o sinal de "abaixar" a barra logo que o levantador fique imóvel em todas as partes do corpo.[17]

Ilustração do arremesso

O arremesso é executado em duas partes. Primeiro, a barra é colocada horizontalmente em frente das pernas do levantador. É agarrada, com as palmas das mãos para baixo e levantada até à altura dos ombros, por cima do peito, enquanto que o levantador se agacha ou dobra as pernas; a seguir, reergue-se e alinha-se.

Na segunda parte, usando a força conjunta de braços e pernas, a barra é levantada acima da cabeça, enquanto que faz um movimento em forma de tesoura com as pernas; a seguir deve realinhar as pernas, com braços estendidos, estabilizar-se, durante dois segundos, e esperar o sinal de "abaixar" dos árbitros. Os árbitros dão o sinal de "abaixar" a barra logo que o levantador fique imóvel em todas as partes do corpo.

O estilo desenvolvimento, que foi abolido, também era feito em duas partes: a primeira era como na primeira parte do arremesso, a segunda era realizado apenas com a extensão do braços, somente em força.

Em cada uma das provas os atletas dispõem de três tentativas para levantar a maior carga possível.[17]

Para qualquer prova, a utilização de carbonato de magnésio nas mãos, pernas etc., é permitido.

Faixas etárias

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A Federação Internacional de Halterofilismo reconhece as seguintes classes de idade:

  • juvenil (até e incluindo 17 anos de idade, e com sua própria classe de peso);
  • júnior (até e incluindo 20 anos de idade);
  • adulto (sênior, 21 anos ou mais).
  • máster (35 anos ou mais, com diversas divisões de idade)

Todos os grupos etários são calculados a partir do ano de nascimento do atleta.

A idade mínima para participação em campeonato mundial para sênior, júnior e universitário e outras competições abertas é 15 anos para mulheres e homens.

A idade mínima para a participação nos Jogos Olímpicos, para os homens e mulheres é 16.

A idade mínima para a participação nos eventos para juvenis, como o mundial para juvenis, é 13; nos Jogos Olímpicos da Juventude é entre 16 e 17 anos.[15][17]

Durante toda uma competição, um atleta não pode competir em mais de uma categoria.

Classes de peso

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Os atletas competem em classes de peso, de acordo com a sua massa corporal: dez categorias femininas e dez masculinas, nas competições para sênior, júnior e universitário e outras competições abertas têm-se as seguintes classes de peso, que foram reduzidas para sete nos Jogos Olímpicos de Tóquio:[19][20]

Masculino
Até 55 kg
–61 kg
–67 kg
–73 kg
–81 kg
–89 kg
–96 kg
–102 kg
–109 kg
acima de 109 kg
Feminino
Até 45 kg
–49 kg
–55 kg
–59 kg
–64 kg
–71 kg
–76 kg
–81 kg
–87 kg
acima de 87 kg

Sete categorias foram selecionadas de cada gênero para os Jogos de Tóquio 2020, mas para os Jogos de Paris 2024 foram ainda reduzidas para cinco:[21]

  • masculinas: até 61 kg, 73 kg, 89 kg, 102 kg e acima de 102 kg.
  • femininas: até 49 kg, 59 kg, 71 kg, 81 kg e acima de 81 kg.

Em competições para juvenis as classes de peso são estas, sendo reduzidas para seis em Jogos Olímpicos:[19][22]

Masculino
Até 49 kg
–55 kg
–61 kg
–67 kg
–73 kg
–81 kg
–89 kg
–96 kg
–102 kg
acima de 102 kg
Feminino
Até 40 kg
–45 kg
–49 kg
–55 kg
–59 kg
–64 kg
–71 kg
–76 kg
–81 kg
acima de 81 kg

As categorias de peso selecionadas para os Jogos de Dacar 2022, que foi adiado para 2026,[23] foram estas:

  • masculinas: até 55 kg, 61 kg, 67 kg, 73 kg, 81 kg e acima de 81 kg.
  • femininas: até 45 kg, 49 kg, 55 kg, 59 kg, 64 kg e acima de 64 kg.

Desenvolvimento das classes de peso

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Masculino

As classes de peso foram repetidamente modificadas ao longo do tempo. As primeiras categorias masculinas são de 1905; anteriormente não havia divisões de peso e os títulos eram dados aos homens que fossem capazes de levantar o maior peso possível, sem que fosse considerada a massa corporal. Das cinco classes de peso estabelecidas em 1913, foram acrescentadas outras ao longo dos anos, tendo chegado a dez em 1977; em 1993 elas foram reformadas, e, em 1998, modificadas e reduzidas para oito; por último em 2018 elas foram modificadas novamente, sendo alteradas para dez.[12]

1905–1913 1913–1946 1946–1951 1951–1969 1969–1977 1977–1993 1993–1998 1998–2018 2018– 
- - - - 52 kg 52 kg 54 kg - 55 kg
- - 56 kg 56 kg 56 kg 56 kg 59 kg 56 kg 61 kg
- 60 kg 60 kg 60 kg 60 kg 60 kg 64 kg 62 kg 67 kg
70 kg 67,5 kg 67,5 kg 67,5 kg 67,5 kg 67,5 kg 70 kg 69 kg 73 kg
80 kg 75 kg 75 kg 75 kg 75 kg 75 kg 76 kg 77 kg 81 kg
+80 kg 82,5 kg 82,5 kg 82,5 kg 82,5 kg 82,5 kg 83 kg 85 kg 89 kg
- +82,5 kg +82,5 kg 90 kg 90 kg 90 kg 91 kg 94 kg 96 kg
- - - +90 kg 110 kg 100 kg 99 kg 105 kg 102 kg
- - - - 110 kg 108 kg 109 kg
- - - - +110 kg +110 kg +108 kg +105 kg +109 kg

Essas categorias são por vezes denominadas peso superpesado, pesado, médio, leve etc.,[24] mas não é oficial pela Federação Internacional.[19]

Feminino
1983–1993 44 kg 48 kg 52 kg 56 kg 60 kg 67,5 kg 75 kg 82,5 kg +82,5 kg
1993–1998 46 kg 50 kg 54 kg 59 kg 64 kg 70 kg 76 kg 83 kg +83 kg
1998–2017 48 kg 53 kg 58 kg 63 kg 69 kg 75 kg +75 kg
2017–2018 48 kg 53 kg 58 kg 63 kg 69 kg 75 kg 90 kg +90 kg
2018– 45 kg 49 kg 55 kg 59 kg 64 kg 71 kg 76 kg 81 kg 87 kg +87 kg

Plataforma e equipamentos

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Plataforma

A competição é realizada numa plataforma (tablado) de quatro metros de lado, que pode ser feita de madeira, plástico ou qualquer material sólido e pode ser coberta com um material não escorregadio.[17]

Haltere

O haltere é constituído das seguintes partes:

  1. a barra
  2. os discos
  3. os colares

Para a prova masculina, a barra deve medir 2,20 m de comprimento, pesar 20 kg e possuir 2,8 cm de diâmetro, enquanto que a distância entre os discos internos é de 1,31 m; para a prova feminina, a barra deve possuir 2,01 m, 15 kg e 2,5 cm de diâmetro.

Os discos são feitos de metal e a coloração varia conforme o peso:

  • vermelho: 25 e 2,5 kg
  • azul: 20 e 2 kg
  • amarelo: 15 e 1,5 kg
  • verde: 10 e 1 kg
  • branco: 5 e 0,5 kg
Levantadora olímpica Jang Miran. O colar que prende os discos na barra pode ser observado bem como os vestuários e equipamentos de competição

Todos os discos têm de ter uma indicação clara de seu peso.

Os colares devem pesar 2,5 kg cada um para os homens e mulheres.[17]

Equipamentos dos competidores[17]
Traje

Para dá maior segurança e facilidade nos levantamentos, os concorrentes devem usar vestuário adequado e limpo.

O uniforme do levantador deve ser ajustado e abranger todo o tronco e pode ser de uma ou duas peças. O calção deve cobrir as pernas até os joelhos e a camisa pode ter mangas, sem que cubra o cotovelo.

Em competições, os atletas participarão com vestuário emitidos/aprovados pelas respectivas federação. Com esta finalidade, a cerimónia da vitória é considerada parte da competição.

Meias podem ser usadas, mas devem ficar abaixo dos joelhos.

Calçados

Os concorrentes devem usar calçado (sapatos/botas) esportivo para proteger os pés e dar-lhes estabilidade e firmeza sobre a plataforma de competição, sem que eles deem vantagem desleal ou outro apoio adicional em relação aos concorrentes.[17]

Equipamentos de proteção

Um cinto para evitar lesões na região lombar pode ser usado e a largura máxima não pode exceder 12 cm.

Munhequeiras, joelheiras e emplastros podem ser usados nos pulsos, nos joelhos e nas mãos. Os emplastros podem ser usados nos dedos ou nos polegares.

Nos pulsos, as munhequeiras não devem cobrir mais de 10 cm da pele. Nos joelhos, as joelheiras não devem cobrir mais de 30 cm da pele.

Estes equipamentos de proteção não são de uso obrigatório.

Curso da competição

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Primeiro compete a categoria mais leve, por último, a mais pesada.

Na ordem da competição o concorrente que tiver escolhido o menor peso, vai primeiro. O peso do haltere deve ser sempre um múltiplo de 1 kg e não pode diminuir em caso de tentativa falha. A progressão automática após qualquer tentativa bem-sucedida para o mesmo atleta deve ser um mínimo de 1 kg.

Em caso de empate, a vitória cabe ao atleta que tiver feito a tentativa primeiro.[17] Anteriormente, em caso de empate, a vitória cabia ao atleta que pesava menos. Se o empate persistisse, aí sim ganhava aquele que tivesse levantado o peso primeiro.[25]

Três árbitros posicionados nas laterais e na frente da plataforma julgam se os levantamentos foram válidos ou não, acionando um sistema de luzes: branca para levantamento válido e vermelha para nulo.

As medalhas são dadas para os melhores resultados no arranco, arremesso e total, exceto nos Jogos Olímpicos, em que é dada somente medalha para o total.[17]

Cerimônia da vitória feminina da categoria até 75 kg nos Jogos Olímpicos de 2012 - subsequentemente todas as três medalhistas mostradas foram destituídas de suas medalhas por doping

A Federação Internacional de Halterofilismo é membro da Agência Mundial Antidoping e muitas substâncias e métodos são proibidos.[26][27]

"As regras de antidoping, como regras de competição, são regras do esporte e que governam as circunstâncias sob quais o esporte é jogado e não se destinam a ser sujeitas ou limitadas às exigências e normas jurídicas aplicáveis em processos penais ou de emprego.

Os atletas aceitam essas regras como uma condição de participação. As políticas e padrões mínimos determinados nas regras de antidoping representam o consenso de um espectro largo das partes interessadas num esporte justo e devem ser respeitados por todos os atletas e órgãos adjudicantes".[28]

O levantamento de peso tem a reputação de ser particularmente afetado pelo doping. Nas décadas de 1970 e 1980, em particular, os atletas foram retrospectivamente despojados de medalhas várias vezes devido a testes de doping positivos ou manipulados. Só nos Jogos Olímpicos de Verão de 1988, três medalhistas de doping foram condenados, de modo que alguns atletas não competiram mais nas categorias mais pesadas. A IWF respondeu ao problema dos recordes mundiais provavelmente alcançados com doping com a mudança nas classes de peso em 1993 e, portanto, com o cancelamento de todos os recordes existentes.[29][30]

A IWF sanciona os delitos de doping com proibições de competição por anos e proibições vitalícias para infratores reincidentes.[31] No entanto, as proibições são repetidamente convertidas em multas, como foi o caso, por exemplo, na preparação da equipe búlgara para os Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. A IWF primeiro baniu todos os onze infratores de doping, bem como toda a equipe búlgara, mas depois converteu a proibição da equipe em uma multa, o que é possível de acordo com os regulamentos. Mas a Bulgária não enviou sua equipe a essa Olímpiada.[32]

Ver também: recordes mundiais do halterofilismo, recordes mundiais juniores do halterofilismo e recordes mundiais juvenis do halterofilismo
Vassili Alekseiev fazendo o desenvolvimento militar (1972)

A Federação Internacional de Halterofilismo reconhece recordes mundiais para as faixas etárias e para cada uma das classes de peso masculinas e femininas, no arranco, arremesso e total.

Recordes mundiais só podem ser fixados em eventos do calendário da FIH.

Novos recordes mundiais são ratificados apenas quando os atletas passam com sucesso em um teste antidoping.

Um recorde só é válido se for superior a um anterior um mínimo de 1 kg, em qualquer modalidade.[17]

O soviético Vassili Alekseiev (acima de 110 kg) é o mais prolífico recordista do esporte, com 79 recordes mundiais ao todo,[15] dos quais 32 no arremesso; ele foi o primeiro homem a levantar mais de 225 kg no arremesso em competição oficial (Szombathely, 1970) e chegou até aos 256 kg (Moscou, 1977).[33]

O búlgaro Stefan Topurov (até 60 kg), foi o primeiro homem a conseguir levantar o equivalente a três vezes sua própria massa corporal no arremesso, ou seja, 180 kg (Moscou, 1983).

O americano Norbert Schemansky, em 28 de abril de 1962, com 37 anos e 333 dias, se tornou o homem mais velho na história do levantamento de peso a bater um recorde mundial oficial, quando levantou 164 kg no arranque, enquanto o turco nascido na Bulgária Naim Süleymanoğlu é o mais jovem halterofilista a definir um recorde mundial para seniores, aos 16 anos e 62 dias, em 26 de março de 1983.[34][35]

Coeficiente Sinclair

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O coeficiente Sinclair (CS), derivado de estatísticas, são ajustados a cada ano olímpico e são baseados nos recordes mundiais das várias categorias de peso dos anos anteriores.[36][37]

O coeficiente Sinclair é um meio de comparar a qualidade dos levantamentos das diferentes classes de peso no halterofilismo: qual seria o total olímpico de um atleta pesando x kg se ele/ela fosse um atleta de uma categoria mais pesada com o mesmo nível de habilidade,[37] já que as categorias mais leves conseguem levantar mais peso por proporção à própria massa corporal.

Para comparar e classificar os resultados, a Federação Internacional de Halterofilismo utiliza os coeficientes Sinclair, que são calculados para cada ciclo olímpico, portanto, de quatro em quatro anos, são obtidos novos coeficientes.[37]

O coeficiente Sinclair é em que o coeficiente de Sinclair é igual a 10 elevado ao expoente A vezes x ao quadrado, se a massa corporal de x quilogramas for menor ou igual a b quilogramas, onde x é igual ao logaritmo de base 10 da razão entre x e b); e será igual a 1 se a massa corporal de x quilogramas for maior que b quilogramas.[37]

A fórmula do coeficiente Sinclair é mais apropriada para uma calculadora ou um computador. O total Sinclair é simplesmente o total obtido multiplicado pelo coeficiente Sinclair.[37]

Por exemplo, de 2012 a 2016, o cálculo do coeficiente Sinclair pode ser como este (homens e mulheres têm coeficientes diferentes, não são comparados):[37][38][39]

A = 0,794358141 para homens
A = 0,897260740 para mulheres
b = 174,393 kg para homens
b = 148,026 kg para mulheres

Como um exemplo, suponha-se um halterofilista com 61,9 kg, que levantou 320 kg no total
Para ele: x = 61,9 kg, e nós temos
X = log10(x/b) = log10(61,9/174,393) = -0,449838400
AX2 = 0,160742013
CS = 10^(A(X^2)) = 10^1,160742013 = 1,447911485

Total Sinclair = total actual x CS = 320 kg x 1,447911485 = 463,332 kg
O certificado recebido por Karyn Marshall em 2015 quando introduzida no Hall of Fame

Weightlifting Hall of Fame

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O Weightlifting Hall of Fame (em português: salão da fama do levantamento de peso) foi estabelecido em 12 de janeiro de 1992, em Paris, para homenagear os mais destacados representantes do esporte.[40]

O fundador e, ao mesmo tempo, presidente do Hall of Fame, é o francês Alain Lunzenfichter, jornalista de renome internacional, membro honorário do Conselho Executivo da FIH.[40]

O Conselho de Administração da Câmara do Salão da Fama é composto por altos funcionários da FIH, que podem nomear membros para eleição. Os candidatos podem ser atletas, técnicos, dirigentes, jornalistas, patrocinadores. Só pessoas assim designadas podem ser eleitas. Qualquer representante de um país membro da FIH tem direito a receber a adesão.[40]

Podem ser nomeados:

  1. Atletas que tenham se aposentado há pelo menos cinco anos
  2. Técnicos que tenham trabalhado para o levantamento de peso, pelo menos, 25 anos
  3. Funcionários com pelo menos 25 anos de serviço no levantamento de peso
  4. Indivíduos que tenham ajudado significativamente o esporte de levantamento de peso[40]

Abaixo estão selecionados onze homens e as três mulheres atletas do salão da fama (alguns deles depois de se aposentarem também se tornaram técnicos e/ou funcionários da FIH), em ordem alfabética.[40]

Referências
  1. Storey, Adam; Smith, Heather K. (1 de setembro de 2012). «Unique aspects of competitive weightlifting: performance, training and physiology». pubmed.gov 
  2. «Short description of the sport». iwf.net. Consultado em 15 de março de 2009. Arquivado do original em 4 de abril de 2011 
  3. «Weightlifting: From rules to records, all you need to know». olympics.com 
  4. «The role of strength in weightlifting». www.catalystathletics.com 
  5. Cunha, Antônio Geraldo da. Haltere. In: Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. 2. ed. rev. e acres. de um suplemento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, p. 403.
  6. Halterofilismo. In: ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil, 1994. v. 11, p. 5649.
  7. Morgan, Chance. «The History of Strength Training». thesportdigest.com 
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  10. «Edward Lawrence Levy» (em inglês). www.jewishsports.net. Consultado em 8 de julho de 2012 
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  15. a b c Schödl, Gottfried. «IWF annual book 2009» (PDF). iwf.net. Cópia arquivada (PDF) em 14 de maio de 2012 
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