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Amálgama de prata

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Restauração de amálgama em um pré-molar

Amálgama é toda liga metálica em que um dos metais envolvidos está em estado líquido, sendo geralmente o mercúrio.

No caso da amálgama de prata utilizada pelo cirurgião-dentista (médico-dentista em Portugal), trata-se de uma liga que contém prata, mercúrio e estanho, podendo haver também o zinco e o cobre. Ela visa restaurar a cavidade causada pela doença cárie e pela manobra operatória do dentista ao remover tecido contaminado.

Os chineses foram os primeiros povos a utilizar a "pasta de prata" em meados do século VII para preencher dentes deteriorados[carece de fontes?]. No século XIX esta pasta já era largamente empregada na Inglaterra e na França, como material obturador, porém, ela expandia em demasia, causando fraturas nos dentes e o mercúrio contaminava os pacientes. A pasta de prata perde então credibilidade frente a outros materiais como o ouro. Em 1826 um dentista norte-americano chamado Taveau usou moedas de prata e cobre para criar a limalha, que era amalgamada com mercúrio. Percebeu-se que adicionando alumínio a limalha alguns efeitos indesejáveis da fórmula precedente eram anulados, trazendo o amálgama novamente como alternativa restauradora. Por volta de 1895, a mistura dos metais do amálgama dental tinha sido modificada mais uma vez para controlar melhor a expansão e a contração, desde então a fórmula básica permaneceu essencialmente a mesma.

O amálgama é um material restaurador bastante utilizado pelos dentistas na atualidade[1] em razão de seu baixo custo, facilidade técnica, resistência ao desgaste e selamento marginal; entretanto, pela presença do mercúrio e outros metais pesados - potencialmente tóxicos para o profissional e o paciente, existe uma crescente resistência ao seu uso. Aliado a isso, sendo uma liga metálica, ela é antiestética e está sujeita a corrosão, implicando em pigmentação indesejável da estrutura dentária. Outro fator de restrição é a necessidade de confecção de cavidades retentivas para a pasta, pois não existe adesão do amálgama ao dente, causando assim desgastes excessivos em estruturas que poderiam ser poupadas. Atualmente em alguns países o amálgama está proibido, e onde ainda o usam têm-se buscado substituir o mercúrio pelo gálio[1].

Como anteriormente descrito, o amálgama é um material simples e barato, sua manipulação e técnica operatória é, dentre todas, a menos sensível aos fluidos operatórios e a higiene do paciente[1].

Com o advento de novas técnicas, especialmente com a "era adesiva da odontologia", alguns dos problemas inerentes às características do amalgama estão sendo superados; Os preparos estão mais conservadores, os índices de infiltração marginais diminuindo e a resistência à corrosão aumentando. Recentes estudos mostram que um pequeno filme de resíduos da oxidação interfere na dissolução dos metais pesados inclusive o mercúrio diminuindo muito a sua absorção pelo organismo do indivíduo.[2]

O amálgama por ser uma liga metálica, tem como vantagem também a alta resistência mastigatória e resistência ao desgaste; normalmente ele é utilizado como referência de dureza entre os materiais restauradores.

Radiografia periapical de um molar restaurado com amálgama

As limitações do amalgama são químicas, físicas e estéticas. As limitações químicas estão na presença de metais pesados e tóxicos (o mercúrio, a prata, o estanho, o zinco etc) que podem contaminar os seres humanos e a natureza. As concentrações sempre variam de acordo com o fabricante da liga, por isso é difícil também uma normalização ou padronização de suas concentrações. O mercúrio, o metal mais concentrado na liga, pode ter sérios efeitos locais e sistêmicos no corpo, reações de tipo corpo estranho, sangramentos gengivais, gosto metálico, transtornos respiratórios, cardíacos, neurológicos, adenopatias linfáticas, perda de peso e dores articulares. Inúmeros estudos[quais?] afirmam que não existe contaminação do paciente com estes produtos. No entanto, após 150 anos de pesquisa, nenhum trabalho científico sério demonstrou contaminação dos pacientes pelo amálgama de prata. O mercúrio presente no amálgama funciona como agente de ligação de outros metais, estando portanto na forma inativa. Durante o uso, pequenas partículas podem se soltar, mas diversos estudos[quais?] demonstraram que a quantidade liberada não interfere de maneira significativa nos níveis sistêmicos de mercúrio.

As limitações estéticas são principalmente devido à coloração prateada de seus constituintes químicos, constituintes esses que com o passar do tempo passam por processos de oxidação e tornam-se escurecidos, menos mascaráveis na cavidades oral.

Referências

Ligações externas

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