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Cildo Meireles

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cildo Meireles
Cildo Meireles
Nascimento 9 de fevereiro de 1948 (76 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação escultor, pintor, conceptual artist, gravurista, artista de instalações, performista, desenhador de joias, artista visual
Distinções
Obras destacadas While You Weight 1976 – 2009
Movimento estético arte abstrata, arte contemporânea

Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1948) é um escultor e pintor brasileiro.

Conhecido internacionalmente, Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa,o cerebral e variando em escala do minúsculo ao vasto, o artista explora, como descreve, o "físico, geométrico, psicológico, topográfico e antropológico". Questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil (1964–1985) e a dependência do país na economia global.

Inmensa 1982-2001, aço 400 x 176 x 810 cm, Instituto Inhotim, Brumadinho

Ele tem desempenhado um papel chave dentro da produção artística nacional e internacional. Situando-se na transição da arte brasileira entre a produção neoconcretista do início dos anos 60 e a de sua própria geração, já influenciada pelas propostas da arte conceitual, instalações e performances, as obras de Cildo Meireles dialogam não só com as questões poéticas e sociais específicas do Brasil, mas também com os problemas gerais da estética e do objeto artístico.[1]

Durante os anos 70 e 80 Cildo Meireles arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar. Obras como Tiradentes: totem monumento ao preso político ou Introdução a uma nova crítica, que consiste em uma tenda sob a qual se encontra uma cadeira comum forrada com pontas de prego, são alguns trabalhos de cunho político do artista. Neles a questão política sempre vem acompanhada da investigação da linguagem. Inserções em circuito ideológico: Projeto Coca Cola, por exemplo, consistiu em escrever, sobre uma garrafa de Coca Cola, um dos símbolos mais eminentes do imperialismo norte-americano, a frase Yankees go home, para, posteriormente, devolvê-la à circulação. Além da questão política o projeto faz referência a toda problematização desenvolvida pelos movimentos de vanguarda e por Marcel Duchamp no início do século; uma espécie de ready made às avessas.[2]

Cildo examina a falibilidade da percepção humana, os processos de comunicação, as condições do espectador, a relação da obra de arte com o mercado.

Uma de suas obras, chamada Cruzeiro zero é uma réplica fiel de uma nota do Cruzeiro (a moeda corrente naquele tempo) que não tem nenhum valor e as figuras históricas e heróicas sejam substituídas pela fotografia de um índio brasileiro e de um paciente de um hospital psiquiátrico. Há uma crítica, um comentário na super inflação e na desvalorização do cruzeiro, este trabalho joga com noções tradicionais da natureza e ' do valor ' da arte e da marginalização do Brasil no mundo internacional da arte.[3]

Realizou exposições individuais em importantes instituições, dentre as quais destacam-se: Cildo Meireles, Museo de Arte Miguel Urrutia, Banco de la República, Bogotá, Colômbia (2020); Entrevendo, SESC Pompéia, São Paulo (2019); Cildo Meireles: Instalações, Hangar Bicocca, Milão, Itália (2014); Cildo Meireles, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha (2013) e Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Portugal (2013-2014); Ocupação Cildo Meireles, 10ª Edição do Projeto Ocupação, Itaú Cultural, São Paulo (2011); Cildo Meireles, MACBA, Barcelona, Espanha, e Museu Universitario de Arte Contemporâneo – MUAC, Cidade do México, México (2009); Cildo Meireles, Tate Modern, Londres, Reino Unido (2008); Babel, Pinacoteca de São Paulo (2006); Occasion, Portikus im Leinwandhaus, Frankfurt, Alemanha (2004); Cildo Meireles, Musée d’Art Moderne et Contemporain de Strasbourg, Estrasburgo, França (2003); Cildo Meireles – retrospectiva, MAM-SP (2000) e MAM Rio (1999); Cildo Meireles – retrospective, New Museum, Nova York, EUA (1999); entre outras.

Sua obra foi exposta no mundo todo, incluindo as 37ª, 50ª, 51ª e 53ª Bienais de Veneza, Itália; as 16ª, 20ª, 24ª e 29ª Bienais de São Paulo; as 6ª e 8ª Bienais de Istambul, Turquia; o Festival Internacional de Arte de Lofoten, Noruega; as 11ª e 14ª Bienais de Lyon, França; e as Documenta 9 e 11, Kassel, Alemanha. Em 2023, Meireles foi contemplado com o Prêmio Roswitha Haftmann, o mais conceituado da Europa, sendo o primeiro latino-americano a recebê-lo em 22 anos. Dentre os demais prêmios nacionais e internacionais com os quais foi contemplado ao longo de sua carreira, estão: Prêmio Faz Diferença, O Globo (2019); Prêmio ABCA (2015); Velázquez Prize for Visual Arts, Madrid, Espanha (2008); Prêmio APCA (2007); Honorary Doctorate of Fine Arts, San Francisco, EUA (2005); Officier de L’Ordre des Arts et des Lettres, Paris, França (2005); entre outros.

Obra Babel de Cildo Meireles exposta na Tate Modern

Realizou exposições individuais em importantes instituições, dentre as quais destacam-se: Cildo Meireles, Museo de Arte Miguel Urrutia, Banco de la República, Bogotá, Colômbia (2020); Entrevendo, SESC Pompéia, São Paulo (2019); Cildo Meireles: Instalações, Hangar Bicocca, Milão, Itália (2014); Cildo Meireles, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha (2013) e Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Portugal (2013-2014); Ocupação Cildo Meireles, 10ª Edição do Projeto Ocupação, Itaú Cultural, São Paulo (2011); Cildo Meireles, MACBA, Barcelona, Espanha, e Museu Universitario de Arte Contemporâneo – MUAC, Cidade do México, México (2009); Cildo Meireles, Tate Modern, Londres, Reino Unido (2008); Babel, Pinacoteca de São Paulo (2006); Occasion, Portikus im Leinwandhaus, Frankfurt, Alemanha (2004); Cildo Meireles, Musée d’Art Moderne et Contemporain de Strasbourg, Estrasburgo, França (2003); Cildo Meireles – retrospectiva, MAM-SP (2000) e MAM Rio (1999); Cildo Meireles – retrospective, New Museum, Nova York, EUA (1999); entre outras.

Desvio para o vermelho III. Obra exposta no Instituto Inhotim
  • Gilmore, Jonathan. "Cildo Meireles at Galerie Lelong." Art in America v. 93 no. 3 (March 2005) p. 132.
  • Weinstein, Joel. "Industrial Poetry: A Conversation with Cildo Meireles." Sculpture v. 22 no. 10 (December 2003) p. 50-5.
  • Cohen, Ana Paula. "Cildo Meireles: Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhaes." Art Nexus no. 44 (April/June 2002) p. 125-6.
  • Zamudio, Raul. "Knowing Can Be Destroying." TRANS> arts.cultures.media no. 7 (2000) p. 146-152.
  • Carvalho, Denise. "Cildo Meireles: New Museum of Contemporary Art." Sculpture v. 19 no. 10 (December 2000) p. 74-5.
  • Farmer, John Alan. "Through the Labyrinth: An Interview with Cildo Meireles." Art Journal v. 59 no. 3 (Fall 2000) p. 34-43
  • Basualdo, Carlos. "Maxima Moralia: The Work of C. Meireles." Artforum International v. 35 (February 1997) p. 58-63
  • Mosquera, Gerardo. Cildo Meireles. London: Phaidon, 1999.
Referências
  1. «Tate: Cildo Meireles». Consultado em 27 de agosto de 2009. Arquivado do original em 24 de outubro de 2008 
  2. James Hall (11 de outubro de 2008). «James Hall on artist Cildo Meireles». the Guardian (em inglês). Consultado em 14 de setembro de 2024 
  3. Jochen Volz. «Zero cruzeiro - Cildo Meireles - Google Arts & Culture». Google Arts & Culture. Consultado em 14 de setembro de 2024 

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cildo Meireles