Cegueira de faixa
Cegueira de faixa (banner blindness em inglês) é um fenômeno caracterizado pela habilidade (consciente ou inconsciente) de um indivíduo em ignorar propagandas, anúncios[1], ou qualquer outro elemento visual[2] inclusive fora do ambiente web[3].
O termo foi criado por Benway e Lane em 1998 como resultado de sua pesquisa de usabilidade na web[4][5].
Segundo especialistas, dentre os motivos para a cegueira de faixa, destaca-se o interesse específico em determinada informação, que leva o usuário, baseado em suas experiências anteriores, a focar, mesmo que inconscientemente, nas regiões onde crê que a informação estará. Consequentemente, todo o resto é ignorado mesmo que apresente destacadamente a informação desejada.[6][7][8]
A Pesquisa de Benway e Lane
[editar | editar código-fonte]Método
[editar | editar código-fonte]A pesquisa se deu através de dois experimentos, utilizando pessoas reais acessando páginas especificamente desenvolvidas, que simulam páginas reais, com até 4 níveis de profundidade hierárquica, apresentando diversos modelos de banners, anúncios, inclusive links destacados, e links de texto puro[4].
Resultados Observados
[editar | editar código-fonte]- Alguns usuários dirigiram-se aos anúncios apenas quando não obtiveram êxito na busca por informações de outra maneira. Nos demais casos, os anúncios foram completamente ignorados[4];
- Uma pequena quantidade de animações agrupadas em determinada região não diminuiu os efeitos da cegueira[4];
- Os efeitos da cegueira são muito mais fortes quando os usuários procuram por links específicos; neste caso, a cegueira não se restringe apenas a publicidade, mas ocorre sobre todos os links destacados, inclusive os de textos simples, mesmo que não possuam aparência de anúncios (banner). Os usuários simplesmente os ignoraram[4].
Conclusão
[editar | editar código-fonte]Em sua pesquisa, Benway e Lane, concluíram que através de experiências anteriores, o cérebro elabora modelos mentais e cognitivos que identifica os elementos visuais considerados irrelevantes pelo usuário marcando-os como pontos cegos[2]. Desta forma os usuários tendem a ignorar faixas coloridas e grandes, com texto ou imagem, animadas ou não, mesmo que estas possuam informações de interesse do usuário[9][4]. Porém isto não contradiz necessariamente os resultados do estudo de Briggs e Hollis, Tedeschi, e outros, que demonstram que anúncios em banners são eficazes[10][11]. Mas demonstra que os usuários estão menos propensos a perceberem e clicarem em banners ou anúncios do que em links relevantes ou itens de menus[4].
- ↑ UOL. «A Capacidade de não reconhecer propaganda». Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ a b Locaweb. «Revista Webdesign, nº 11, de 2004, pag. 50.». Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Nielsen, Jakob. «Banner Blindness in Ballot Design» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ a b c d e f g Benway, JP, Lane, D.M., Internet Technical Group, Rice University. «Banner Blindness: Web Searchers Often Miss "Obvious" Links, 1998» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Organized Shopping, LLC. «Banner Blindness» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Techtarget. «Banner blindness definition» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Pagendarm, M., Schaumburg, H.,. «Why Are Users Banner-Blind? The Impact of Navigation Style on the Perception of Web Banners» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Nielsen, Jakob. «Banner Blindness: Old and New Findings» (em inglês). Consultado em 26 de setembro de 2012
- ↑ José Paulo de Araújo. «Linguagem em Discurso». Consultado em 17 de junho de 2012
- ↑ Tedeschi, B. (1998, Oct. 7). Study finds ad banners make an impression. The New York Times.
- ↑ Briggs, R., & Hollis, N. (1997). Advertising on the Web: Is there response before click-through? Journal of Advertising Research, 37(2), 33-45.