Álvaro Maia
Álvaro Botelho Maia | |
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20.º Governador do Amazonas | |
Período | 20 de novembro de 1930 até 10 de outubro de 1933 |
Antecessor(a) | Floriano da Silva Machado |
Sucessor(a) | Nélson de Melo |
22.º Governador do Amazonas | |
Período | 19 de fevereiro de 1935 até 7 de novembro de 1945 |
Antecessor(a) | Nélson de Melo |
Sucessor(a) | Emiliano Estanislau Afonso |
30.º Governador do Amazonas | |
Período | 31 de janeiro de 1951 até 25 de março de 1955 |
Antecessor(a) | Leopoldo Neves |
Sucessor(a) | Plínio Coelho |
Deputado federal pelo Amazonas | |
Período | 15 de novembro de 1933 até 08 de março de 1935 |
Senador pelo Amazonas | |
Período | 1 de fevereiro de 1946 até 31 de janeiro de 1951 1967 até 04 de maio de 1969 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 19 de fevereiro de 1893 Humaitá, AM |
Morte | 4 de maio de 1969 (76 anos) Manaus, AM |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro |
Profissão | Jornalista, professor, político e servidor público[1] |
Assinatura |
Álvaro Botelho Maia (Humaitá, 19 de fevereiro de 1893 – Manaus, 4 de maio de 1969) foi um jornalista, professor, poeta e político brasileiro, tendo sido deputado federal e senador, além de governador do Amazonas por três mandatos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Álvaro Maia nasceu no seringal Goiabal, às margens do rio Madeira, foi o primogênito de Fausto Ferreira Maia (cearense, falecido em 1932) e Josefina Botelho (amazonense, falecida em 1968). Casou-se com Amasiles Cavalcanti Maia.[2]
Os primeiros estudos de Álvaro se deram no interior do Amazonas. Em Manaus, finalizou o primário no Instituto Amazonense e cursou o secundário nos colégios Cinco de Setembro, Santana Néri e Dom Pedro II. Suas atividades jornalísticas passaram pelo Jornal do Comércio, A Aura e O Libertador.
Álvaro formou-se na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais em 1917.
Entre 1920 e 1921, Maia foi secretário do superintendente de Guaporé, atual Rondônia, monsenhor Raimundo Oliveira, atuando até 1922.
No início de 1925, em concurso idealizado pela revista Redenção, Álvaro Maia foi nomeado "príncipe dos poetas amazonenses” (em alusão ao fato de ele ser ensaísta, romancista e poeta).[3]
Álvaro Maia foi membro da Academia Amazonense de Letras, onde ocupou a presidência entre 1966 e 1967.[4]
Carreira política
[editar | editar código-fonte]Em 24 de outubro de 1930, ocorreu em Manaus a notícia da deposição do presidente Washington Luís, fato notório para a vitória da revolução iniciada 21 dias antes no estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. O governo amazonense foi deposto, deixando vir à tona um poder revolucionária pensada pelo coronel Pedro Henriques Cordeiro Júnior, até então, presidente, José Alves de Sousa Brasil e Francisco Pereira da Silva.
Depois de conversar com participantes locais de frentes políticas, Juarez Távora, chefe da revolução no Norte e Nordeste do país, aconselhou Botelho Maia para a interventoria do Estado. Tendo tomado posse no dia 20 de novembro, Maia tomou medidas para nortear o orçamento público, negou concessões latifundiárias, fixou recursos no combate à lepra e no desenvolvimento da instrução popular, e renovou o Tribunal de Justiça do Estado. Essa última mudança provocou consequências: no início de agosto de 1931, quando estava no Rio de Janeiro, Álvaro Maia foi convidado a replanejar sua decisão. Não concordou e exonerou-se do cargo, provisoriamente dando fim à sua caminhada política.
Em 1933, Maia foi eleito deputado federal, onde permaneceu até 1937, durante o mandato fez parte da Assembleia Constituinte de 1934.[5][6]
Álvaro Maia não suspendeu suas atividades no jornalismo. Em 1943, veio ao público o seu primeiro livro, chamado de "Na Vanguarda da Retaguarda", que reúne crônicas sobre a campanha pelo aumento da produção da borracha.[3]
Ao final de 1944, os rumos da Segunda Guerra Mundial estavam praticamente alinhados favoravelmente aos Aliados e as pressões pela redemocratização do país intensificavam-se, o governo federal deu instruções aos interventores para iniciarem a organização de um partido político nacional que apoiasse Getúlio Vargas durante o regime. Nascia Partido Social Democrático (PSD), que Álvaro Maia auxiliou na formação no Amazonas. Quando Vargas foi derrubado em 1945, elegeu-se como senador constituinte pelo PSD em 2 de dezembro. Durante este mandato fez parte da Assembleia Constituinte de 1946, Apresentou 2 emendas ao Projeto de Constituição: a de nº 1.805, reduzindo de 72 para 68 anos a idade limite para aposentadoria compulsória dos juízes, e a de nº 1.880, aumentando para 9 o número mínimo de Desembargadores componentes da Justiça dos Estados. Foi também signatário de inúmeras outras emendas abordando assuntos de interesse dos agrupamentos dominantes de sua região de origem.. Foi presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e fez parte da delegação do Brasil na Organização das Nações Unidas, em Paris, em 1948; nessa ocasião discursou sobre o tema o genocídio.[7][8]
Em outubro de 1950, apoiado pela coligação do PSD com o Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito para o governo do Amazonas. Durante o cargo, criou, em 6 de janeiro de 1953, a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). Entretanto, Álvaro Maia renunciou ao governo antes do término do mandato para tentar novamente uma vaga no Senado em 1954. Derrotado, seguiu para o Rio de Janeiro, onde criou um escritório de advocacia. Álvaro Maia foi determinado, em 1958, presidente da Caixa Econômica Federal e consultor jurídico da Associação Comercial do Amazonas.[3]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Álvaro Botelho Maia é homenageado em uma importante avenida na cidade de Manaus, a Boulevard Álvaro Maia (popularmente conhecida como Boulevard), na Zona Sul da cidade, nesta avenida se localiza o histórico Cemitério São João Batista, local onde se localiza seu túmulo.[9] Além da necrópole, Maia empresta o seu nome a duas escolas estaduais no Amazonas, uma na cidade de Manaus e outra em sua cidade natal, Humaitá.[10][11]. Desde 2019, o senador é também homenageado em uma importante rodovia do estado do Amazonas, a BR-319, chamada oficialmente de Rodovia Álvaro Maia.[12] Existe também na cidade de Porto Velho, Rondônia uma Rua em sua homenagem. Cidade essa, que ele foi prefeito (superintendente interinamente) entre os anos de 1922 a 1923.
Obras
[editar | editar código-fonte]- Na Vanguarda da Retaguarda (1943);
- Gente dos Seringais;
- Nas Barras do Pretório (1958);
- Beiradão (1958);
- Buzina dos Paranás (1958);
- Banco de Carona (1963);
- Defumadores e Porongas (1966);
- Nas Tendas de Emaús (1967).[13]
- ↑ «Senadores - Álvaro Maia». Senado Federal. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ALVARO BOTELHO MAIA | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 25 de setembro de 2018
- ↑ a b c Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ALVARO BOTELHO MAIA | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 26 de setembro de 2018
- ↑ Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ALVARO BOTELHO MAIA | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ «Álvaro Maia - Biografia». Câmara dos Deputados. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ «Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil». Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «Da poesia à política: a trajetória incial de Álvaro Maia» (PDF). Universidade Federal do Amazonas. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «Constituição dos Estados Unidos do Brasil». Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «Grupo vai fazer visita guiada ao Cemitério São João Batista (4)». Acrítica.com. 31 de outubro de 2018. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ «Escola Estadual Alvaro Maia». Escol.as. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «Escola Municipal Senador Alvaro Botelho Maia». Escol.as. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «L6337». Planalto. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ «Alvaro Maia | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 25 de setembro de 2018
Precedido por Floriano da Silva Machado |
Governador do Amazonas 1930 — 1933 |
Sucedido por Nélson de Melo |
Precedido por Nélson de Melo |
Governador do Amazonas 1935 — 1945 |
Sucedido por Emiliano Estanislau Afonso |
Precedido por Leopoldo da Silva Amorim Neves |
Governador do Amazonas 1951 — 1955 |
Sucedido por Plínio Ramos Coelho |
- Mortos em 1969
- Naturais de Humaitá (Amazonas)
- Homens
- Nascidos em 1893
- Governadores do Amazonas
- Senadores do Brasil pelo Amazonas
- Deputados federais do Brasil pelo Amazonas
- Jornalistas do Amazonas
- Poetas do Amazonas
- Deputados federais da Assembleia Nacional Constituinte de 1934
- Senadores da Assembleia Nacional Constituinte de 1946
- Membros da Academia Amazonense de Letras
- Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Presidentes da Caixa Econômica Federal