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África subsariana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de África Negra)
Mapa da África destacando a região subsaariana (verde)

A África subsariana (português europeu) ou subsaariana (português brasileiro), antes chamada África negra,[1] corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara. É chamada subsaariana por estar ao sul (sub-) do Saara (saariana). É constituída de quarenta e oito países, cujas fronteiras resultaram da descolonização.

Com cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados, o Deserto do Saara forma uma espécie de barreira natural que divide o continente africano em duas partes muito distintas quanto ao quadro humano e econômico. A norte do Saara, encontramos uma organização socioeconómica muito semelhante à do Oriente Médio, formando um mundo islamizado. Ao sul está a África subsariana, antigamente chamada 'África Negra', por europeus e árabes, em razão da predominância, nessa região, de povos de pele mais escura; porém, tal terminologia é considerada essencialmente ideológica.[2][3]

Diversidade étnica

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A diversidade étnica desta região da África é patente nas diferentes formas de cultura, incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos diferentes povos do continente.

A maioria da população pertence a etnias anteriormente classificadas na "raça negra".

A África é provavelmente a região do mundo onde a situação linguística é a mais diversificada (com mais de mil línguas) e a menos conhecida.[4] A classificação estabelecida por Joseph Harold Greenberg, um famoso linguista norte-americano, em 1955, distingue quatro grandes conjuntos:

O continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.

Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias:[carece de fontes?]

  1. a predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
  2. a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios económicos e sociais.

De forma geral, a população da África subsaariana apresenta os piores indicadores socioeconómicos do mundo. Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais.

País População[5] Área (km2) Alfabetização (M/F)[6] PIB per capita[6] Transparência [7] (classificação/escore) Esperança de vida[6] IDH EODBR/SAB[8] PFI  [9](classificação/escore)
 Angola 30 355 880 1 246 700 82,9%/54,2% 6000 168/2 42,4 0,486 172/171 132/58,43
 Burundi 11 844 520 27 830 67,3%/52,2% 101 168/1,8 49 0,316 176/130 103/29,00
 República Democrática do Congo 85 281 024 2 345 410 80,9%/54.1% 91 162/11,9 46,1 0,286 182/152 146/53,50
 Camarões 25 640 965 475 440 77%/59,8% 687 146/2,2 50,3 0,482 171/174 109/30,50
 República Centro-Africana 5 745 062 622 984 64.8%/33,5% 22 158/2,8 44,4 0,343 183/159 80/17,75
 Chade 15 833 116 1 284 000 40,8%/12,8% 266 175/1,6 50,6 0,328 178/182 132/44,50
 República do Congo 5 062 021 342,000 90,5%/ 79.0% 1 145 162/1,9 54,8 0,533 N/A 116/34,25
 Guiné Equatorial 797 457 28 051 93,4%/80,3% 7 470 168/1,8 51,1 0,537 170/178 158/65,50
 Gabão 2 119 036 267 667 88,5%/79.7% 4 263 106/2,9 56,7 0,674 158/152 129/43,50
 Kenya 48 397 527 582 650 77,7%/70,2% 976 146/2,2 57,8 0,519 95/124 96/25,00
 Nigéria 203 452 505 923 768 84,4%/72,7%[10] 6,204 136/27 57 0,504 131/120 112/34,24
 Rwanda 12 187 400 26 338 71,4%/59,8% 263 89/3,3 46,8 0,429 67/11 157/64,67
 São Tomé e Príncipe 204,454 1 001 92,2%/77,9% N/A 111/2,8 65,2 0,.509 180/140 NA
 Tanzânia 55 451 343 945 087 77,5%/62,2% 339 126/2,6 51,9 0,466 131/120 NA/15,50
 Uganda 40 853 749 236 040 76,8%/57,7% 274 130/2,5 50,7 0,446 112/129 86/21,50
 Sudão 43 120 843 1 886 068 79,6%/60,8% 2 500[11] 176/1,5 62,57[12] 0,408 154/118 148/54,00
 Sudão do Sul 10 204 581 619 745
 Djibouti 884 017 23 000 N/A 817 111/2,8 54,5 0,430 163/177 110/31,00
 Eritreia 5 970 646 121 320 N/A 160 126/2,6 57,3 0,349 175/181 175/115,50
 Etiópia 108 386 391 1 127 127 50%/28,8% 161 120/2 7 52 5 0 363 107/93 140/49,00
 Somália 11 259 029 637 657 N/A N/A 180/1,1 47,7 N/A N/A 164/77,50
 Botswana 2 249 104 600 370 80,4%/81,8% 8 532 37/5,6 49,8 0,633 45/83 62/15,50
 Comores 821 164 2 170 N/A 382 143/2,3 63,2 0,433 162/168 82/19,00
 Lesoto 1 962 461 30 355 73,7%/90,3% 528 89/3,3 42,9 0,450 130/131 99/27,50
 Madagascar 25 683 610 587 041 76,5%/65,3% 238 99/3,0 59 0,480 134/12 134/45,83
 Malawi 19 842 560 118 480 N/A 145 89/3,3 47,6 0,400 132/128 62/15,50
 Maurícia 1 364 283 2 040 88,2%/80,5% 4 522 42/5,4 73,2 0,728 17/10 51/14,00
 Moçambique 27 233 789 801 590 N/A 330 130/2,5 42,5 0,322 135/96 82/19,00
 Namíbia 2 533 224 825 418 86,8%/83,6% 2166 56/4,5 52,5 0,625 66/123 35/9,00
 Seychelles 94 633 455 91,4%/92,3% 7 005 54/4,8 72,2 0,773 111/81 72/16,00
 África do Sul 55 380 210 1 219 912 N/A 3,562 55/4,7 50,7 0,619 34/67 33/8,50
 Suazilândia 1 087 200 17 363 80,9%/78 3% 1 297 79/3,6 40 8 0,522 115/158 144/52,50
 Zâmbia 16 445 079 752 614 N/A 371 99/3,0 41,7 0,430 90/94 97/26,75
 Zimbabwe 14 030 368 390 580 92,7%/86,2% N/A 146/2,2 42,7 0,376 159/155 136/46,50
 Benim 11 340 504 112 620 47,9%/42,3% 323 106/2,9 56,2 0,427 172/155 97/26,75
 Mali 18 429 893 1 240 000 32,7%/15,9% 290 111/2,8 53,8 0,359 156/139 38/8,00
 Burkina Faso 19 742 715 274 200 25,3% 1 360 79/3,6 51 0,331 150/116 N/A
 Cabo Verde 568 373 322 462
 Costa do Marfim 26 260 582 322 463
 Gâmbia 2 092 731 11 295
 Gana 28 102 471 238 535
 Guiné 11 855 411 245 857
 Guiné-Bissau 1 833 247 36 125
 Libéria 4 809 768 111 369
 Mauritânia 3 840 429 1 030 700
 Níger 19 866 231 1 267 000
 Senegal 15 020 945 196 712
 Serra Leoa 6 312 212 71 740
 Togo 8 176 449 56 785

NOTAS:

  • PIB per capita: dados de 2006 (em USD)
  • Esperança de vida: Esperança de vida ao nascer (dados de 2006)
  • Alfabetização (homens/mulheres): dados de 2006
  • Transparência: Percepção de corrupção (dados de 2009)
  • IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
  • EODBR: Facilidade para negócios, entre junho de 2008 e maio de 2009. SAB Começando um negócio, entre junho de 2008 e maio de 2009, PFI: Índice de Liberdade de Imprensa, 2009

A teoria mais aceita entre os antropólogos e arqueólogos diz que "a África é o berço da humanidade". Na Antiguidade, a Núbia e a Abissínia foram as primeiras regiões a receber influências externas, principalmente a partir do III milênio a.C.. O território a oeste do Chade permaneceu mal conhecido, e passou lentamente do Neolítico à Idade do Ferro. Existiram grandes impérios: Gana, Mali, Songai, Canem. A partir do século VIII, os Estados sudaneses sofreram a influência dos muçulmanos e tornaram-se fortemente islamizados. O Império do Gana, entre o Senegal e o Níger, desenvolveu-se a partir do século IX e foi destruído em 1076-1077 pelos almorávidas. Seu território controlado no início do século XIII pelo Reino de Sosso, passou em 1240 à dominação do Império do Mali, que, herdeiro de sua riqueza, se estendeu por uma zona bastante extensa no Sudão Ocidental. Esse império entrou em lento declínio a partir do século XV e foi perdendo terreno para o Império Songai, que cresceu às suas custas a partir de então. O golpe final que desencadeou a extinção do Império do Mali foi dado pelo Reino de Segu, por volta de 1670.

O islamismo, introduzido pelos almorávidas, durante muito tempo atingiu somente as classes dirigentes. Ao redor do Chade, sucederam-se ou coexistiram diferentes reinos: Baguirmi, Uadai e Bornu, islamizados superficialmente. O Islamismo deu origem também à reinos teocráticos, no vale do Senegal e no Futa Jalom, onde ocorreram conversões massa no século XIX. Na costa do golfo do Benim formaram-se reinos animistas, menores, porém, muito centralizados, como Império Axânti e Reino do Daomé. A leste do deserto da Líbia, o reino cristão da Núbia passou, pouco a pouco ao controle do Islamismo, o da Etiópia, refugiado nas montanhas após a ruína de Axum por volta do século VI, sobreviveu - apesar de uma história tumultuada - até a sua reorganização, na segunda metade do século XIX, sob uma dinastia igualmente abissínia. Na costa oriental surgiu uma série de sultanatos fundados pelos árabes, que prosperaram até a chegada dos portugueses, no século XVI. Madagascar povoou-se de indonésios desde uma data desconhecida até perto do século XIII.

A chegada dos portugueses no século XV trouxe grandes mudanças, pois o comércio português, em breve seguido pelo de outras nações europeias como os Países Baixos, Dinamarca, Grã-Bretanha e França, por intermédio de companhias autorizadas, baseava-se essencialmente no tráfego de escravos. Do século VII ao XX, cerca de 14 milhões de escravos foram levados para o mundo árabe pelo Saara e pelos portos da costa oriental. A eles se devem somar os que, do século XV ao XIX, foram para a América: de 15 a 20 milhões, mais os que morreram durante a viagem. Os chefes das regiões costeiras, foram, no decorrer do século XIX, substituindo a "mercadoria humana" por produtos tropicais (óleo de coco), que eram trocados por tecidos e armas.

A partir de 1815, a França tentou lentamente extrair recursos do Senegal, que ocupou em 1658. A Grã-Bretanha se instalou na Costa do Ouro a partir de 1875 e na Nigéria desde 1880, ano em que a França desencadeou a "corrida do ouro", com a Marcha do Níger. A Conferência de Berlim (novembro de 1884 - fevereiro de 1885) não decidiu a partilha da África, mas acelerou a instalação territorial das potências europeias e a constituição de grandes impérios coloniais: inglês, neerlandês, italiano, belga e alemão, junto aos restos do império espanhol e português. Até à Segunda Guerra Mundial, a África subsaariana evoluiu em ritmos diversos, em função do meio e dos recursos, da precariedade das vias de comunicação, da densidade das populações e da urbanização. Por toda parte a massa camponesa (90% da população) sofreu com o domínio colonial. Entretanto a urbanização, acentuada após a Segunda Guerra Mundial, e a formação de de elites letradas desenvolveram a consciência da identidade africana.

Após a Segunda Guerra Mundial o prestígio da etnia branca diminuiu (derrota de 1940, lutas intestinas entre franceses, rivalidade franco-inglesa), fato acentuado com a propaganda dos movimentos pan-africanistas, que já existiam desde antes da guerra. Essa evolução foi geralmente pacífica, salvo a rebelião malgaxe de 1947, as sublevações quicuios (mau-mau) do Quênia, de 1952 a 1956, e a revolta da União das populações de Camarões (1955–1958), O processo de descolonização iniciado em 1944 (Conferência de Brazzaville), acelerou-se após 1960, ano em que muitos países africanos conquistaram a independência. Apesar disso continuaram com graves problemas econômicos e políticos, a despeito do apoio das antigas metrópoles. A África tornou-se, por outro lado, território de disputa entre os dois blocos então dominantes na política mundial, acentuada pela assistência militar que a União Soviética, China, Cuba, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e outras potências forneciam a governos africanos sob sua influência.

A fragilidade econômica de muitos países africanos levou-os a buscar ajuda nas antigas metrópoles, das potências que apoiaram os novos governos pós-independência, ou sob forma multilateral, dos organismos internacionais como a ONU ou a Comunidade Econômica Europeia. Para superar suas fraquezas os países africanos formaram a Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1963 em Adis Abeba. A África negra hoje atravessa uma crise política e econômica que se caracteriza pela rejeição aos partidos únicos, pelo aumento das tensões tribais e por um desastre econômico sem precedentes. Desde o início dos anos 80 a recessão vem se ampliando, com a queda das matérias-primas e o aumento da dívida externa e do desemprego num continente onde a população cresce num ritmo inédito na história. Tais dados demográficos, no entanto, podem transformar-se profundamente com a evolução da Aids: em 1991, metade dos 5 a 8 milhões de indivíduos portadores do vírus eram africanos.

Até o final da década de 1980, a maioria dos dirigentes se manteve no poder graças a partidos únicos que garantiam os privilégios de uma minoria, apoiada na corrupção generalizada. A crescente pressão dos direitos humanos, no entanto, tem obrigado vários países a se justificarem perante a comunidade internacional. Nesse contexto, em 1990 a África negra passou por mudanças políticas fundamentais, caracterizadas pela implosão dos sistemas vigentes: pluripartidarismo e democracia tornaram-se as palavras de ordem. O Benim renunciou ao marxismo-leninismo, a Costa do Marfim legalizou os partidos de oposição após 3 anos de autoritarismo e Gabão, Zaire, Tanzânia, Camarões, Zâmbia e Congo por sua vez, se abriram ao pluripartidarismo. Na África do Sul as leis que regiam o apartheid foram abolidas em 1991, e a maioria dos países da África austral caminha para a democratização, adotando o pluripartidarismo, novas constituições e eleições livres, na esperança de atingir a estabilidade política indispensável ao desenvolvimento econômico.[4]

Doenças da região

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  • Doença do Sono: A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países da África subsaariana. Menos de quatro milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde.
  • Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruídas.
  • Malária: A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma criança a cada 30 segundos no mundo.
  • AIDS: Desde que os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS ou SIDA) foram detectados, em 1981, a África é o continente que mais sofre com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas contra esta doença (Unaids) em maio de 2006.

Embora os dados sobre a incidência do vírus estejam sofrendo uma "desaceleração", segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na África subsaariana. As taxas de infecção per capita de alguns países da região continuam subindo. Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo. Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.

Caracterização política

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Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não se preocupam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos anos, no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com eleições multipartidárias realizadas regularmente.

Os principais aspectos do relevo são, na região do Magrebe, a cordilheira do Atlas, cujo pico mais alto é o Jebel Tubkhal (4 165 m); o grande planalto desértico do Saara, com as depressões de Catara (Egito) e Bodelê (Chade); a bacia do rio Níger e as cadeias vulcânicas de Hoggar (Argélia) e de Tibesti (Chade); a sul do planalto do Sudão, destacam-se a bacia do Congo, o monte Cristal e o planalto dos Grandes Lagos Africanos, com os pontos culminantes do continente, os montes Quilimanjaro (5 895 m), Quênia (5 199 m), Ruwenzori (5 119 m) e Elgon (4 321 m); no nordeste do Vale do Rift, o maciço da Abissínia.

A maior bacia hidrográfica da África e segunda do mundo, apenas superada pela do rio Amazonas, é a do rio Congo, com 3 680 000 km2. O rio Nilo, com 6 690 km, é o segundo mais longo do mundo. O Zambeze e o Limpopo correm para o oceano Índico. O Orange, o Níger, o Gâmbia e o Senegal desembocam no Atlântico.

Os principais lagos africanos são o Vitória, segundo do mundo em superfície, com 69 485 km², o Tanganica, o Rodolfo, o Alberto, o Eduardo e o Niassa.

O clima tropical predomina na maior parte da África, tanto na zona tropical, úmida no verão e seca no inverno, quanto na zona equatorial, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes.

Nos grandes desertos, como o Saara e o Kalahari, as temperaturas são altas de dia e baixas à noite. Nos extremos norte e no sul do continente encontram-se estreitas regiões de clima ameno, de tipo mediterrâneo.

Fauna e flora

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A distribuição climática do continente africano determina diretamente a configuração de suas zonas de vegetação e fauna. A selva equatorial, frondosa e exuberante, abriga numerosas espécies de aves, símios - chimpanzés e gorilas -, répteis, anfíbios e insetos. Nas zonas tropicais estende-se a savana, paisagem de vegetação herbácea, com árvores de folhas caducas (baobá, sicômoro) isoladas ou em bosques; nas savanas abundam os grandes mamíferos herbívoros (elefantes, rinocerontes, hipopótamos, girafas, búfalos, antílopes, gazelas) e os carnívoros (leões, leopardos, hienas, chacais).

As grandes zonas desérticas do Saara e do Kalahari apresentam vegetação muito escassa, de plantas espinhosas, exceto nos oásis, onde crescem formações de palmeiras; insetos, répteis, roedores e alguns mamíferos de grande porte, como os chacais, constituem a fauna adaptada a essas regiões. Nas zonas mediterrâneas cresce o típico bosque baixo, combinado com maquis, garrigue e bosques de pinheiros e carvalhos, onde habitam numerosas espécies de animais de clima temperado: lebres, cabras, raposas, aves de rapina, pombas, perdizes, répteis, etc.

Referências
  1. Lopes, Nei (2011). Dicinário da Antiguidade Africana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira 
  2. Encyclopédie Larousse. Afrique subsaharienne. 1.3. Une notion idéologique commode. Citação: Le terme d'Afrique noire ne recouvre donc pas un concept, fût-il racial – on trouve des Noirs bien au-delà du 20e parallèle nord – il renvoie le plus souvent à une notion idéologique commode : il a souvent justifié la colonisation du continent. Tradução: O termo 'África negra' não corresponde a um conceito, nem mesmo racial (pois encontramos negros muito além do paralelo 20 N) e, em geral, remete a uma noção ideológica cômoda que, frequentemente, justificou a colonização do continente.
  3. « L’Afrique est un pays de race noire » : la géographie raciste à l’usage des nuls, par Gilbert Collard. Por Jean-Sébastien Josset. Jeune Afrique, 28 de setembro de 2015.
  4. a b c Grande Enciclopédia Ilustrada Larousse Cultural, Editora Nova Cultural Ltda. (1993)
  5. The World Factbook - CIA. Country Comparison: Population (estimativa para julho de 2018)
  6. a b c (2009). Africa Development Indicators 2008/2009. World Bank Africa Database African Development Indicators. World Bank Publications, p. 28, ISBN 978-0-8213-7787-1.
  7. «Corruption Perceptions Index 2009». Transparency International 
  8. World Bank. Doing Business 2010, Economy Ranking
  9. PRESS FREEDOM INDEX 2009 - AFRICA. Reporters without borders
  10. «National Literacy Survey». National Bureau of Statistics. Junho de 2010. Arquivado do original em 17 de setembro de 2015 
  11. «Sudan». International Monetary Fund 
  12. «The World Factbook. Life Expectancy at Birth». Cia.gov 

Ligações externas

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